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Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em live realizada nesta sexta-feira (30), que o “o mundo não vai acabar” com a posse do sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele condenou o empresário que tentou explodir uma bomba no aeroporto de Brasília. Após o discurso, o presidente embarcou com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para os Estados Unidos.
Às vésperas de deixar a Presidência, Jair Bolsonaro fez um balanço de seus quatro anos de governo, em uma transmissão pela internet, e afirmou que não estimula confrontos de seus apoiadores diante da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1°.
Para
Bolsonaro, o resultado de sua gestão nos quatro anos de governo foi “bastante
positivo”, mesmo com desafios como a pandemia de covid-19 e a guerra na
Ucrânia. Ele citou diversas medidas adotadas pelo governo, como a renegociação
de dívidas do Financiamento Estudantil (Fies), o auxílio emergencial, o marco
ferroviário, internet nas escolas, redução de impostos, reajuste do piso da
educação e porte de armas para moradores de áreas rurais. Na avaliação do
presidente, o porte de armas reduz a violência.
Em
mensagem direcionada a manifestantes em quartéis, que questionam resultado das
eleições, Bolsonaro disse que não se pode achar que o “mundo vai se acabar no
dia 1º”. “Creio no patriotismo de vocês, na inteligência. Sei o que vocês
passaram ao longo desses dois meses, no sol, na chuva. Isso não vai ficar
perdido. Imagens foram para fora do Brasil”, disse, acrescentando que, no país,
houve um despertamento da população para entender mais de política e a
preocupação com o voto responsável.
Ele
criticou a ação de um empresário, que, no último dia 24, colocou uma bomba em
um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília. O empresário confessou que
pretendia cometer um atentado na capital federal para chamar atenção do
movimento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e queria, assim, impedir a
posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
“Não
é porque um elemento que passou por lá [acampamento de manifestantes nos
quartéis] fez besteira que todo mundo tem que ser acusado disso”, disse.
Bolsonaro afirmou que não “coaduna” com a conduta do empresário.
Bolsonaro
afirmou ainda que sempre lutou por “democracia, liberdade, respeito às leis e à
Constituição”. “O oxigênio da democracia é a liberdade.” Para o presidente, não
houve liberdade para debater assuntos relacionados ao combate à pandemia e às
urnas.
Eleições
Bolsonaro
também argumentou que a campanha eleitoral foi “imparcial”, com “acusações
absurdas” na propaganda eleitoral contra ele, menor espaço de divulgação em
rádios e com decisões da Justiça favoráveis a Lula. Ele citou ainda a
condenação do Partido Liberal (PL) ao pagamento de multa de quase R$ 23 milhões
por litigância de má-fé. A legenda de Bolsonaro pediu ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), a anulação de parte dos votos, no segundo turno.
Para
o presidente, as decisões tomadas pela Justiça estimularam reações de seus
apoiadores. “Para qualquer medida de força, sempre há uma reação. Tem que
sempre buscar o diálogo para resolver as coisas, não pode dar um soco na mesa e
não se discute mais esse assunto. Tudo isso trouxe uma massa de pessoas para as
ruas, protestando”, disse.
Segundo
Bolsonaro, os manifestantes foram para os quartéis em busca de “segurança”. “Eu
não participei desse movimento, eu me recolhi”, disse. Para o presidente, se
ele participasse desse movimento poderia “tumultuar ainda mais” a situação. “O
que houve foi uma manifestação do povo, não tinha liderança, não tinha ninguém
coordenado. O protesto foi pacífico, ordeiro, seguindo a lei”, acrescentou.
“Está
prevista a posse em 1º de janeiro. Eu busquei dentro das quatro linhas, dentro
das leis, respeitando a Constituição, saída para isso daí. Se tinha
alternativa, se a gente podia questionar alguma coisa ou não, tudo dentro das
quatro linhas”, disse, acrescentando que “ninguém quer uma aventura”. “Muitas
vezes, dentro das quatro linhas, você tem que ter apoio. Certamente, a gente
tem que ter apoio do Parlamento, de alguns ministros do Supremo [Tribunal
Federal], de outros órgãos, de outras instituições”, afirmou.
Orlando
Bolsonaro
e Michelle embarcaram às 14h de Brasília em voo da FAB (Força Aérea
Brasileira). Eles deverão pousar em Orlando, nos Estados Unidos, por volta das
21h (horário de Brasília). O presidente não vai passar a faixa para o sucessor
e planeja ficar 30 dias no território americano.
O
site Metrópoles informou que a filha, Laura, e o senador Flávio Bolsonaro (PL),
do Rio de Janeiro, já estão nos Estados Unidos. O parlamentar viajou no início
da semana.