Mercado em potencial, o mercado de carbono no Brasil ainda é um mercado voluntário, não estando regulado, e ainda estamos com uma falta de metodologia adequada e adaptada aos sistemas agropecuários brasileiros. A avaliação é da gerente da SIA Sustentável, Helen Estima. Ela explica que ainda é preciso uma metodologia para quantificar estes créditos de carbono. 

Segundo a especialista, é necessário ainda a tropicalização dos fatores de emissões que vão quantificar estes créditos de carbono, e é isso que muitas instituições estão trabalhando. “Além disso, ele é um mercado novo. Quando falamos no setor agro, temos alguns países que já tem este mercado rodando há bastante tempo, mas os setores ainda estão entendendo como a gente monetiza através do crédito de carbono. Então todo o mercado novo é uma mudança e isso gera incertezas e necessidades de consensos. A gente precisa entender, a nível de Brasil, como um país tropical e subtropical, no caso dos Estados do Sul, como a gente identifica práticas que podem ser medidas, mensuradas, monitoradas e comprovadas para chegar em uma validação do crédito de carbono”, observa.

Helen reforça que quando se fala do agro, dos produtores rurais como principais provedores destes créditos de carbono, existe um processo educacional por trás deste início. “Por ser um mercado novo, todos estão aprendendo a como trabalhar nele”, salienta.

A gerente da SIA Sustentável lembra que em 2021 este mercado movimentou US$ 2 bilhões. Isso foi quatro vezes mais que no ano anterior, se mostrando um mercado que pode gerar muito potencial. “Mas isso ainda precisa ser trabalhado por meio de políticas públicas e com a participação de empresas de vários setores, com o setor público e privado trabalhando juntos. A sustentabilidade é um mercado em conjunto que será feito por todas as partes. Isto vai movimentar a economia e os outros setores. Depois da entrada do mercado financeiro em 2020, em que ele começa a impor as economias verdes, há uma participação muito grande neste mercado”, destaca.

Enquanto o mercado está em busca da regulamentação, Helen enfatiza que o produtor já pode buscar aplicar as metodologias de inventário de emissões, que é diferente da metodologia de projeto de crédito de carbono. A especialista afirma que várias empresas já estão movimentando as questões dos inventários de propriedades. “Isso é importante, mesmo que a gente não tenha a metodologia do projeto de crédito de carbono, pois ela será parte deste processo. Na questão do inventário, ainda tem esse processo educacional dos setores de que tipo de dados precisam ser coletados”, frisa. 

Helen lembra ainda que no momento que pensar no mercado de crédito de carbono, até mesmo uma certificação para agregar valor àquele produto, como por exemplo a carne, vai precisar de evidências. “Os inventários já vão nos preparando para quando tivermos uma metodologia, ele já estará pronto, e isso pode ser feito agora. Se um produtor rural quiser vender uma carne com baixo carbono, ele precisará ter o inventário. Isso é uma exigência que o mercado externo já está pedindo, só que ele ainda é um diferencial. Mas daqui a pouco qualquer comercialização será levantada a questão das emissões. Será um pré-requisito para este mercado se entender quanto a atividade tem de balanço de emissões”, finaliza.

Fonte: Assessoria de Comunicação SIA

Por: Portal do Agronegócio