A atuação do governo federal como um todo tem ampla aprovação e é melhor do que a de Bolsonaro, 47% a consideram ótima ou boa. Os resultados de Mandetta são ainda melhores. Ele tem 68% de ótimo e bom
Por Dri Delorenzo e Renato Rovai
Mesmo tendo o apoio de apenas 13% para sua tese contrária ao isolamento da população na crise do Coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mantém um índice de ótimo e bom bastante razoável em relação à sua atuação nesta crise. É o que mostra pesquisa da Revista Fórum, em parceria com a Offerwise.
Dos entrevistados, 18% consideram sua atuação ótima e 21%, boa; 23, regular; ruim, 14%; e péssimo, 22%. 3% não souberam ou não quiseram responder. Considerando a margem de erro, de 3,2% para cima ou para baixo, Bolsonaro tem praticamente o mesmo índice de ótimo e bom (39%) e de ruim e péssimo (36%).
Em relação a ação do governo como um todo, os resultados são mais positivos. O que demonstra que o presidente atrapalha mais do que ajuda neste momento em relação ao sentimento de ação governamental diante da crise.
Quando perguntado sobre como avalia a atuação do governo federal na crise do Coronavírus, 19% a consideram ótima; 28%, boa; 31%, regular; 9%, ruim; e 11% péssima. Entre os entrevistados 3% não souberam ou não quiseram responder.
Um dado que explica porque mesmo depois de tantas divergências o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não é demitido por Bolsonaro é o de que sua avaliação é bem superior a do presidente e mesmo que a do governo como um todo. Muito provavelmente a avaliação do governo é positivamente influenciada pela de Mandetta, que tem 35% de ótimo; 33% de bom; 22% de regular; 4% de ruim; e 3% de péssimo. Dos entrevistados 3% não soube ou não quis responder.
81% são a favor do isolamento social
De acordo com a Pesquisa Fórum, 81% dos entrevistados dizem que são a favor do isolamento social para enfrentar a pandemia do coronavírus. Apenas 13% se dizem contra e 5% não sabem.
Nesse universo, 43% dizem estar cumprindo completamente a quarentena e apenas 15% afirmam não ter alterado a rotina de trabalho no período, outros 18% afirmam que trabalham bem menos do que antes, 16% estavam desempregados e 3% ficaram desempregados durante a pandemia.
Parentes, amigos e conhecidos com Coronavírus
Um dado que chama à atenção é que 18% dos pesquisados dizem conhecer alguém próximo – amigo ou parente – que foi diagnosticado com a doença, sendo que destes 52% conhecem uma pessoa infectada e os outros 48% têm contato com mais de uma pessoa com o vírus.
Entre as pessoas que responderam à pesquisa, 7% dizem ter tido sintomas de Covid-19 e ficaram de quarentena, diante de 89% que relataram não ter contraído a doença – 4% não respondeu.
39% tiveram sua renda diminuída com a crise do Coronavírus
dos entrevistados que não estavam desempregados, 726 pessoas de uma base geral da pesquisa de 956, 38% informaram ter tido diminuição da sua renda, contra 52% que disseram estar conseguindo manter a remuneração anterior.
Dez porcento dos consultados não sabiam informar ou se recusaram a responder essa questão.
Na base total de entrevistados da Pesquisa Fórum, 12% informaram estar desempregado antes da crise do Coronavírus, 10% se disseram aposentado e 3% não quiseram informar sua situação trabalhista. Isso explica a diminuição da base de entrevistados quando a pergunta é sobre a perda de renda.
Se for considerada a base total do país, incluindo aposentados e desempregados, 29% dos brasileiros dizem ter tido alguma redução de renda neste período.
Entre os que tiveram redução (uma base de 275 pessoas das 956 pesquisadas), 14% teve uma redução de 100% da sua renda. Isso significa 4% da população total do país.
Além desses, 23% dessa base teve redução de 51% a 70%; 30% teve redução de 26% a 50% da renda; e 33% teve até 25% de diminuição.
Considerando a previsão de especialistas em saúde de que o pior momento da crise do Coronavírus ainda não chegou no país, esses dados revelam o potencial estrago na economia e no poder de compra da família brasileira, que deve diminuir muito nos próximos meses.
Até quinta-feira (16) serão publicados recortes do levantamento e nesta data o pdf da íntegra da Pesquisa Fórum será disponibilizado no site.
Pesquisa Fórum ouve 956 pessoas de todo o Brasil
A Pesquisa Fórum, feita em parceria com Offerwise sob consultoria de Wilson Molinari, ouviu 956 pessoas de todas as regiões do Brasil entre os dias 8 e 11 de abril e tem uma margem de erro de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. O método de coleta foi o uso de painel online e a coleta de informações representa em parcela a população brasileira.
Entre os entrevistados, 52% são mulheres e 48%, homens. A faixa etária é representada por 21% com idade entre 16 e 24 anos, 18% entre 25 e 34 anos, 19% entre 35 e 44 anos, 22% de 45 a 59 anos e 21% de pessoas estão acima dos 60 anos. (SAIBA MAIS AQUI)
Pesquisa Fórum inova e adota metodologia de painel
O consultor técnico da primeira Pesquisa Fórum, Wilson Molinari, explica que o método de coleta adotado foi o uso de painel online de consumidores. A Revista Fórum contratou a empresa Offerwise, criada em meados de 2005, com foco na América Latina.
Fonte: Revista Fórum