Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Jovem Pan News)

O ex-ocupante do Planalto disse ter encontrado Walter Delgatti para falar sobre as urnas eletrônicas, mas que mandou o hacker discutir o assunto com militares

Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (17) que o hacker Walter Delgatti esteve “fantasiando” em seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas. O ex-ocupante do Planalto disse ter encontrado Delgatti para falar sobre as urnas eletrônicas, mas que mandou o hacker discutir o assunto com militares de uma comissão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-chefe do Executivo federal negou que tenha tido uma segunda conversa para discutir um grampo no telefone do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

“Ele está inspirado hoje”, disse Bolsonaro à Jovem Pan. “Teve a reunião e eu mandei ele para o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto. Ele está voando completamente. Tem fantasia aí. Eu só encontrei com ele uma vez no café da manhã [na Alvorada], não falei com ele no telefone em momento algum. Como ele pode ter certeza de um grampo? Nós desconhecemos isso”.

No depoimento à CPMI, Delgatti incriminou Jair Bolsonaro (PL) ao apontar envolvimento do ex-ocupante do Planalto em tentativas de golpe. Neto disse que aceita estar frente a frente com o ex-ocupante do Planalto para comprovar informações fornecidas à comissão. 

Policiais federais pretendem ouvir Delgatti novamente. A defesa do hacker não pretende fazer acordo para delação premiada e vai tentar incluí-lo em um programa de proteção a testemunhas. Advogados de Bolsonaro estudam apresentar no Judiciário uma queixa-crime contra Delgatti.

Durante sua gestão, o ex-ocupante do Planalto tentou passar para a população a mensagem de que o Judiciário atrapalhava o governo principalmente o STF e o Tribunal Superior Eleitoral. Também defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado da eleição presidencial. Neste ano (2023), o TSE tornou Bolsonaro inelegível por oito anos por acusar sem provas o sistema eleitoral brasileiro de não ter segurança contra fraudes. Em novembro de 2022, a Justiça Eleitoral multou o PL em R$ 22,9 milhões após o partido questionar a confiança das urnas eletrônicas.