Acadêmicos do curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), estiveram na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) na manhã desta quinta-feira (8), para conhecer o funcionamento da Casa de Leis, os trabalhos parlamentares e apresentaram várias reivindicações. Eles foram recebidos pelo deputado Pedro Kemp (PT).
O curso é voltado para a formação de professores das etnias Guarani e Kaiowá, nas áreas de Matemática, Ciências da Natureza, Linguagem e Ciências Humanas. “Entendemos a importância de promover a inclusão e a representatividade dos povos indígenas nos espaços de poder e decisão. A visita é uma oportunidade enriquecedora para compreender o sistema legislativo, bem como o papel do Parlamento na formulação de leis, especialmente, que impactam diretamente os povos originários”, disse a professora Maysa Ferreira da Silva.
O acadêmico Sidimar Franco Aquivel, representante do Conselho Universitário, informou que uma carta de reivindicações foi elaborada pelos alunos e será entregue aos deputados. “Temos vários pedidos, mas o principal se refere ao mercado de trabalho. Vamos nos formar e a preocupação é a participação no mercado. Sabemos que o desemprego agrava a vulnerabilidade da população indígena”, disse.
Sidimar Franco Aquivel, que irá se formar neste ano, comentou que os alunos defendem a disponibilização de vagas aos indígenas. “Como uma forma de inclusão, é importante a realização de vestibular específico para estudantes indígenas e vagas de emprego também. Queremos o apoio para que sejam implantadas políticas públicas para que todos os indígenas tenham oportunidade de entrar nas universidades e no mercado de trabalho”, falou a aluna.
Durante a sessão ordinária, Pedro Kemp fez a leitura da carta de reivindicações. “Algumas poderão ser atendidas por meio de emendas parlamentares e outras serão encaminhadas aos órgãos responsáveis”. Segundo o deputado, em 2023 o curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu já formou 331 professores indígenas para atuarem nos anos finais dos Ensinos Fundamental e Médio. Dos 581 docentes atuantes nas escolas indígenas com ensino superior, 57% foram formados pela UFGD.