O Batalhão da Polícia Militar Rodoviária (BPMR) apreendeu o maior volume de drogas de toda a sua história, no primeiro quadrimestre de 2020, quando comparado ao mesmo período dos anos anteriores. Essa marca chama a atenção já que as estatísticas demostram que os primeiros meses do ano são períodos caracterizados por baixo volume de apreensão de drogas, mas neste ano de 2020 os resultados tem contrariado esta tendência.

Em 2019, quando se registrou o recorde histórico de apreensão de drogas na PMR (89,5 toneladas), o primeiro quadrimestre produziu a apreensão de 16,3 toneladas de drogas. Já no primeiro quadrimestre de 2020 registrou-se a apreensão de 37,6 toneladas de drogas, superando a marca histórica em mais de 18 toneladas apreendidas, para um primeiro quadrimestre do ano.

O mês de abril deste ano foi marcado pela maior volume de apreensão de drogas de toda a história da PMR, para um único mês. Foram 27 toneladas contra 16,2 toneladas apreendidas em dezembro de 2017 (o maior volume de apreensão em único mês até então). O volume aprendido em 2020 representa 42 % de toda a droga apreendida em 2019, ano em que se registrou o recorde histórico de apreensão de entorpecentes nas rodovias estaduais.

As apreensões do primeiro quadrimestre de 2020, resultado do registro de 93 flagrantes, produziram a apreensão de 72 veículos, dentre eles 8 caminhões/carretas e três motocicletas; a prisão de 129 pessoas envolvidas no crime de tráfico de drogas, dos quais 73,6 % são homens. Prejuízo ao crime avaliado em mais de 40 milhões de reais.

A maconha e seus derivados ainda são as drogas de maior volume de apreensão pela PMR representando neste ano 99% das drogas apreendidas.

Mas os “modus operandi” de traficantes se diversifica a cada dia, com destaque aos chamados “cavalos doidos”, quando os criminosos se quer tomam cuidado de ocultar o entorpecente e circulam nas rodovias em alta velocidade, os “mocós”, quando ocultam o entorpecente e as grandes cargas trazidas caminhões e carretas, marcadamente ocultas em grãos de soja e milho.

Para o comandante da PMR – Tenente Coronel QOPM Wagner Ferreira da Silva, “enfrentar o tráfico de entorpecentes nas rodovias estaduais representa um serviço do estado de Mato Grosso do Sul a toda sociedade brasileira, pois interrompe um ciclo criminoso, descapitaliza o crime organizado e contribuiu diretamente na diminuição da violência urbana”. E continua explicando que “o tráfico de drogas aumenta o poder financeiro das organizações criminosas, por consequência seu poderio bélico, induz a prática do roubo e furtos, principalmente de veículos que são utilizados para o transporte de drogas e como moeda de troca nos países vizinhos e grandes produtores de drogas”.

As apreensões e prisões também revelam toda uma rede de apoio a esta prática criminosa, como a utilização dos chamados “batedores” e “olheiros”, que monitoram a atividade policial buscando facilitar o transporte do entorpecente. Além de identificar que os grandes centros brasileiros seriam os principais destinatários do entorpecente apreendido em Mato Grosso do Sul.

Análise sobre o aumento das apreensões:

1- A participação na Operação Hórus, integrante do Programa VIGIA, uma parceria do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da SEJUSP/MS (Secretaria de Estado Justiça e Segurança Pública), que ampliou a integração dos órgãos de segurança pública atuantes na fronteira;

2- Ao fechamento das fronteiras, em razão da pandemia do COVI-19, no mês de março, o que pode ter levado ao represamento de cargas de drogas;

3- Ao estabelecimento de medidas de isolamento social, que provocou diminuição do fluxo de veículos, consequentemente permitiu melhor seleção das abordagens policiais em ações de polícia ostensiva; 4- Emprego de pontual de inteligência policial, maximizando os resultados; e

5- O emprego eficaz do efetivo policial militar em ações ostensivas, nas barreiras sanitárias e pontos sensíveis das rodovias estaduais, fruto de um detalhando plano de ação operacional, dentre outros fatores.

Fonte: Dourados Agora