Presidente do PT reclamava de Campos Neto; com 4 diretores nomeados por Lula, não mencionou ninguém nesta 4ª feira (18.set.2024)

A presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou nesta 4ª feira (18.set.2024) o Banco Central por aumentar a taxa básica de juros para 10,75% ao ano –aumento de 0,25 p.p.

A congressista afirmou que a decisão da autarquia vai “prejudicar a economia” e que o dinheiro que seria destinado para educação, saúde e meio ambiente vai para os “cofres da Faria Lima”. Ela publicou a mensagem em seu perfil na rede social Bluesky.

Gleisi não citou nenhum diretor do Banco Central em sua mensagem. O post da petista desta 4ª feira (18.set) contrasta, por exemplo, com o que ela escreveu em 1º de agosto de 2024, no dia seguinte à penúltima reunião do Copom, em 31 de julho.

Na ocasião, o Copom havia decidido, em decisão unânime, manter a taxa de juros a 10,50% ao ano. A deputada se referiu a Roberto Campos Neto, presidente do BC, como “bolsonarista” e disse que ele tinha a intenção de sabotar o governo.

Houve um fato noticioso relevante de 31 de julho a 18 de setembro.

Em 28 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, para a presidência da autarquia. O economista foi o nº 2 de Fernando Haddad (PT) no Ministério da Fazenda.

A sabatina de Galípolo e a votação no plenário do Senado estão previstas para 8 de outubro. O economista deve ter seu nome aprovado para presidir o BC a partir de 2025.

Gleisi afirmou no dia em que Lula indicou Galípolo que não pouparia o ex-secretário-executivo de Haddad por juros mais baixos. “Vou continuar [cobrando]. Eu acho que não temos uma inflação que justifica a taxa de juros que temos hoje no Brasil”, declarou à época.

Embora tenha dito que não pouparia Galípolo, a mudança no tom de Gleisi é perceptível.

O que disse Gleisi após o BC elevar a taxa de juros nesta 4ª feira:

O que disse Gleisi após o BC manter a taxa de juros em julho de 2024:

Eis a composição atual do Banco Central:

POLÍTICA MONETÁRIA

Relembre as decisões BC nas últimas 10 reuniões:

  • agosto de 2023 corte de 13,75% para 13,25%;
  • setembro de 2023 corte de 13,25% para 12,75%;
  • novembro de 2023 corte de 12,75% para 12,25%;
  • dezembro de 2023 corte de 12,25% para 11,75%;
  • janeiro de 2024corte de 11,75% para 11,25%;
  • março de 2024 corte de 11,25% para 10,75%;
  • maio de 2024 corte de 10,75% para 10,50%;
  • junho de 2024 manutenção em 10,50%;
  • julho de 2024 manutenção em 10,50%;
  • setembro de 2024 – aumento de 10,50% para 10,75%.