Os ex-funcionários da antiga
Usina São Fernando enfrentam uma longa batalha jurídica e administrativa para
receber direitos trabalhistas da empresa. Nesta semana, representantes da
categoria buscaram apoio da Câmara Municipal de Dourados para pressionar por
uma solução para o impasse que se arrasta há anos.

A Usina São Fernando,
anteriormente de propriedade da família Bumlai, e uma das maiores da região no
setor sucroenergético, teve a falência decretada em julho de 2017, resultando
em atrasos salariais, demissões e a suspensão das atividades.

Desde então, os ex-funcionários
têm enfrentado incertezas sobre os seus direitos trabalhistas, como pagamento
de salários, férias e rescisões, que deveriam ser efetuados após homologação da
venda da massa falida da Usina ao grupo Pedra Agroindustrial. 

Apesar das manifestações,
reuniões e assembleias, o problema ainda não tem uma solução e, de acordo com
um dos ex-funcionários, José Roberto Gonçalves, procurar o legislativo é uma
forma de garantir que suas demandas sejam ouvidas pelas autoridades.

“Estamos lutando por
nossos direitos. Muitos de nós não recebemos o que é devido e estamos há anos
sem uma resposta clara. Precisamos do apoio do legislativo para pressionar os
responsáveis e encontrar uma solução”, disse o ex-funcionário que atuou na
Usina por três anos e quatro meses.

O caso da Usina São
Fernando envolve uma série de disputas judiciais relacionadas à falência. A
instabilidade na condução dos processos tem prejudicado não só os
trabalhadores, mas também o desenvolvimento econômico da região.

Franciele Rocha da Silva,
que trabalhou em diversos setores da Usina São Fernando, relata que a situação
afeta diretamente as famílias dos envolvidos, “a gente precisa do dinheiro,
temos dificuldades, tenho filho criança autista e esse dinheiro me ajudaria
muito”, explica.

Na Câmara, o presidente
da Casa de Leis, Laudir Munaretto (MDB) recebeu a demanda para dialogar com
representantes estaduais e federais, buscando alternativas para acelerar a
resolução do impasse.

“É um problema que
afeta diretamente a economia local e, sobretudo, as famílias dos trabalhadores.
Vamos nos unir para cobrar respostas mais rápidas e efetivas”, afirmou
Laudir.

Os trabalhadores da Usina
São Fernando esperam que com o apoio do legislativo municipal, o processo ganhe
nova força e que suas reivindicações, há muito tempo ignoradas, sejam
atendidas.