Projetos que utilizam máquinas autônomas para desinfecção de ambientes mostram resultados promissores e podem se tornar comuns
Neste cenário de combate a um inimigo invisível, nada mais natural do que recorrer a uma arma invisível. Estamos falando da radiação ultravioleta (UV), que tem sido usada para desinfectar ambientes e superfícies neste momento, oferecendo algumas vantagens sobre a esterilização por meio de produtos químicos.
O que é a UV?
É importante entender exatamente o que é a luz ultravioleta. O que determina a cor da luz que enxergamos é o comprimento das ondas. Basta lembrar do arco-íris: quanto maior o comprimento, mais próximo do vermelho; quanto menores, mais próximo do violeta. No entanto, existem outros espectros que não são visíveis aos olhos humanos, que ficam abaixo do vermelho ou acima do violeta; daí os nomes “infravermelho” e “ultravioleta”.
Existem diferentes tipos de luzes ultravioleta, que também podem ser definidas como radiação. São elas os raios UV-A, UV-B e UV-C, sendo que a última é a mais potente. Não à toa, são esses raios utilizados para esterilização, graças à sua ação germicida. Essa propriedade já é conhecida pela ciência há algumas décadas, na verdade, e não se trata de uma invenção criada para o combate ao coronavírus.
Por que ela é usada?
São especificamente as ondas UV-C que têm sido utilizadas para a esterilização de ambientes e superfícies. Elas agem rápido e, por agirem como luz, minimizam o risco de que alguma área se mantenha contaminada porque a pessoa que estava limpando a superfície esqueceu de passar o pano em alguma área.
Na prática, os raios ultravioletas agem diretamente no material genético do vírus, efetivamente causando sua desativação. Isso faz com que ele seja incapaz de invadir o organismo e penetrar nas células para se reproduzir, que é o que causa a Covid-19 (e qualquer outra doença viral).
Por que é preciso cuidado?
O uso de UV-C para esterilização é seguro, mas exige cuidados rígidos para não causar danos também às pessoas. Isso porque da mesma forma que as ondas são capazes de danificar o vírus para que ele não se reproduza, elas também podem danificar as células humanas expostas à radiação, afetando, por exemplo, olhos ou a pele.
No caso dos olhos, a situação pode ser especialmente curiosa. Por ser invisível à visão humana, é possível entrar em uma sala totalmente escura e ter seus olhos afetados pela iluminação ultravioleta, causando problemas de visão que podem persistir no longo prazo.
Raios ultravioleta podem ter efeito cancerígeno sobre a pele, e não é à toa que todos os protetores solares visam bloquear a incidência dessa radiação sobre o corpo. No caso do Sol, a camada de ozônio tem a função justamente de filtrar os raios UV-C, que são mais potentes e mais perigosos, mas ela não é capaz de filtrar essa radiação quando ela vem de fontes artificiais, como uma luminária.
Por causa desse risco, estão sendo desenvolvidas soluções tecnológicas para que a aplicação da esterilização por UV-C seja feita de forma segura.
O robô brasileiro
Uma dessas soluções tecnológicas para aplicação segura do UV-C para esterilização de ambientes vem do Brasil. Uma startup de Minas Gerais chamada Sii Tecnologia desenvolveu uma alternativa autônoma para garantir a segurança da esterilização por raios ultravioleta.
Fonte: Olhar Digital