Indígenas moradores nas aldeias Jaguapiru e Bororó em Dourados mantêm nesta terça-feira (26) o bloqueio da MS-156 entre as cidades de Dourados e Itaporã e o anel viário, de acesso a Ponta Porã. O fechamento das pistas completou 24 horas e as comunidades exigem que caminhão-pipa abasteça os moradores regularmente com água até que haja perfuração de novos poços.

O capitão da Aldeia Jaguapiru, Ramão Fernandes, diz que não houve avanço nas negociações com representantes do Governo Estadual e, por isso, todos os pontos vão continuar fechados por tempo indeterminados.

Segundo ele, para liberar as estradas, os moradores exigem que os governos federal e estadual e as prefeituras de Dourados e de Itaporã assinem documentos se comprometendo a fornecer água em caminhões-pipa e a perfuração de poços para garantir o abastecimento.

O problema da falta d’água nas duas aldeias, que são cortadas pela MS-156, é antigo. Nos últimos anos foram realizados estudos pelos governos federal e estadual para levar água encanada às moradias, mas até hoje só ficou em discursos.

Juntas, as duas aldeias têm cerca de 13,4 mil moradores, conforme último senso do IBGE, quantidade populacional maior que 36 dos 79 municípios sul-mato-grossenses. 

Tanto a Jaguapiru como a Bororó possuem poços artesianos que abastecem cisternas e consequentemente distribuem para algumas residências, contudo, a bomba d’água não tem força o suficiente para enviar água para as torneiras.

Grande parte dos moradores têm poço em suas casas, contudo, a estiagem deste ano secou a água. Açudes da região são saídas para muitas famílias, que precisam andar quilômetros para ter acesso a água.