O governo do estado se comprometeu a construir dois poços artesianos em cada uma das aldeias Jaguapiru e Bororó, de Dourados, e mandar caminhões-pipa às comunidades. A informação foi repassada pela secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva, durante reunião que durou quatro horas no MPF (Ministério Público Federal), na manhã de hoje. Representantes dos indígenas, da OAB, da Polícia Militar, dentro outros órgãos, participaram do encontro que teve como objetivo encontrar medidas para levar água para as aldeias e pôr um fim no fechamento da MS-156 e do anel viário.
O manifesto dos indígenas com o bloqueio das rodovias começou na segunda-feira. Eles reivindicam água potável. Poços comuns dentro da Reserva secaram e os atuais poços artesianos não atendem toda a população, estimada em 18 mil pessoas.
A Tropa de Choque da Polícia Militar chegou ontem ao local de manifesto para desmobilizar o bloqueio, com tiros de bala de borracha e bombas de gás. O confronto teve saldo de policiais e indígenas feridos.
Ainda assim, mesmo após o compromisso do estado em documento que fará a construção dos poços, os indígenas se reúnem nessa tarde para decidir se liberam as rodovias.
Como as duas aldeias são extensas, os indígenas temem ficar desabastecidos até a construção dos poços. Conforme a secretária Viviane Luiza da Silva, a entrega dos poços deve ocorrer até março do ano que vem.
Os dois poços artesianos vão custar R$ 495 mil e serão construídos com recursos do Governo do Estado. Eles se somarão a outros dois grandes super poços artesianos que deverão ser construídos pelo governo federal, sob promessa da ministra dos povos Indígenas, Sônia Guajajara.
“Era o que nossa comunidade esperava, que o Governo chegasse com uma solução definida e assinada, para que todos pudessem aceitar”, disse Ramão Fernandes, cacique da Aldeia Jaguapiru. A expectativa é que as rodovias sejam liberadas ainda hoje.