Banco cita atividade econômica fraca, incerteza política e ventos contrários estruturais como razões para rendimento inferior

O banco JPMorgan publicou uma nota nesta 2ª feira (6.jan.2024) projetando que as ações europeias continuarão a ter um desempenho inferior ao de suas contrapartes norte-americanas em 2025, uma vez que o grupo continua sobrecarregado por uma atividade econômica fraca, incerteza política e ventos contrários estruturais.

Apesar do desempenho inferior da Zona do Euro, com o Euro Stoxx 50 index (índice de bolsa composto por 50 acções da zona euro) em fase de consolidação desde março de 2024, os estrategistas do JPMorgan acreditam que o grupo “não conseguirá avançar em termos absolutos por mais algum tempo”. Como resultado, o JPMorgan continua subponderado em ações europeias em relação aos EUA.

A nota destaca vários fatores importantes que impulsionam essa perspectiva. Os PMIs (Índices de Gerentes de Compras) de manufatura da Zona do Euro continuam fracos, sinalizando uma atividade industrial lenta.

“O fluxo de dados da Zona do Euro continua atrasado em relação aos EUA e a incerteza comercial provavelmente diminuirá a confiança dos negócios internacionais”, disseram os estrategistas liderados por Mislav Matejka em uma nota.

Além disso, outro fator importante é o enfraquecimento do crescimento da receita, que o JPMorgan destaca como uma restrição para a aceleração dos lucros futuros. A nota adverte que as previsões globais de LPA (lucro por ação) para 2025, que projetam uma reaceleração de 6% no crescimento dos lucros, correm o risco de serem rebaixadas, “especialmente fora dos EUA”. O crescimento de 10% do lucro por ação projetado para 2025 para a Zona do Euro é considerado “otimista demais”, dado o ambiente atual, enfatizaram os estrategistas.

Embora os EUA tenham se beneficiado de uma tendência de crescimento mais forte, suas avaliações são notavelmente mais altas, sendo negociados a uma relação preço/lucro futura de 22 vezes. Em contrapartida, as avaliações da Zona do Euro parecem mais baratas, mas falta o impulso dos lucros para capitalizar esse desconto.

Os estrategistas do JPMorgan também apontam para o impacto de um dólar americano forte e das medidas de estímulo pouco satisfatórias da China. Esses fatores afetaram de forma desproporcional os setores com alta exposição à Zona do Euro, como automóveis, artigos de luxo, semicondutores e produtos químicos, que o relatório aconselha os investidores a evitar.

Olhando para o futuro, os estrategistas acreditam que as rotações regionais e de estilo podem se tornar mais favoráveis no 2º trimestre de 2025. Entretanto, eles alertam que os catalisadores para uma recuperação europeia permanecem limitados no curto prazo.

Além dos EUA e da Zona do Euro, o JPMorgan continua com overweight (recomendação de compra) no Japão e neutro no Reino Unido.

No Japão, as taxas de juros mais baixas, a aceleração das recompras e a melhoria do crescimento dos salários sustentam a perspectiva positiva.

Enquanto isso, o desconto de avaliação recorde do Reino Unido em comparação com outras regiões, juntamente com os rendimentos de dividendos mais altos em todo o mundo, posiciona-o como uma opção mais defensiva durante períodos de maior volatilidade do mercado.


Com informações de Investing Brasil.