Presidente russo citou membros do Brics e afirmou que líderes participam de “missão nobre” ao buscar fim da guerra da Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ser grato a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por promover “esforços pela paz”. A fala se deu durante encontro com jornalistas realizado na 5ª feira (13.mar.2025).
Putin agradeceu também a outros líderes do Brics, citando China, Índia e África do Sul. Afirmou que todos buscam uma “missão nobre” ao fazerem parte das conversas sobre o fim da guerra da Ucrânia.
“Nós temos nossas próprias questões atualmente, mas muitos líderes de países, o presidente da República Popular da China, o primeiro-ministro da Índia, os presidentes de Brasil e África do Sul estão lidando com essa questão, dedicando bastante tempo a ela. Somos todos gratos a eles por isso, porque essa atividade visa alcançar uma missão nobre, o cessar das hostilidades e das perdas humanas”, disse o presidente russo, acompanhado do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko.
Assista:
#Putin agradece esforços de #Lula pela paz na Ucrânia
Durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, o presidente russo expressou seu agradecimento pelos esforços de líderes do Sul Global em prol da paz.
Confira os detalhes: https://t.co/V1Hq3wYohK pic.twitter.com/PzPP27nkn4
— RT Brasil (@rtnoticias_br) March 13, 2025
Além dos membros do Brics, Putin também citou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), “por dedicar tanta atenção à resolução na Ucrânia”. O presidente russo declarou apoiar o cessar-fogo proposto pelos norte-americanos, mas que o acordo deve trazer uma “paz duradoura” e que existem muitas “questões” a serem resolvidas sobre a proposta.
“Concordamos com as propostas de cessação das hostilidades, mas acreditamos que [a trégua] deve levar à paz a longo prazo e erradicar as causas da crise inicial […]. Em princípio, concordamos com a trégua de 30 dias, mas muitas questões técnicas ainda precisam ser esclarecidas”, afirmou Putin.
O russo disse que o cessar-fogo proposto pelos EUA deve “remover as causas originais da crise” que levaram à guerra em 2022. Segundo Putin, o acordo também não aborda os custos da trégua.
Ressaltou, ainda, a dificuldade em monitorar a extensa fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. “Quem determinará onde e quem violou um possível acordo de cessar-fogo de 2.000 quilômetros?”, declarou.
O líder russo questionou, ainda, como o acordo resolveria as hostilidades em Kursk, região sob controle ucraniano e que Putin deseja “libertar completamente”.
“Se concordarmos com uma trégua de 30 dias, todos lá [em Kursk] sairão sem lutar? Devemos deixá-los sair depois que cometeram crimes em massa contra civis? Ou a liderança ucraniana ordenará que eles deponham suas armas e simplesmente se rendam? Isso continua sem resposta”, disse Putin ao indicar que o cessar-fogo não propõe resoluções para os conflitos em Kursk.