Benjamin Netanyahu (Foto: Reprodução/The Times of Israel)

Premiê afirma que diálogo com Hamas ocorrerá apenas em meio a ataques; decisão amplia escalada de violência na região

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta terça-feira (18) que qualquer negociação com o Hamas será conduzida somente “sob fogo”, prometendo intensificar ainda mais as ações militares contra o movimento palestino. As declarações foram feitas durante um pronunciamento à população, conforme divulgado pela agência Sputnik.

A postura de Netanyahu surge após semanas de tentativas fracassadas de mediação internacional para um cessar-fogo na região. Delegações israelenses estiveram recentemente em Doha e Cairo, buscando acordos intermediados principalmente pelos Estados Unidos, mas, segundo o premiê israelense, todas as propostas teriam sido recusadas pelo Hamas.

Durante seu discurso, Netanyahu afirmou com veemência: “Eu disse muitas vezes que retornaríamos à guerra se o Hamas continuasse com sua política de negação e não libertasse nossos sequestrados. Agora estamos de volta ao campo de batalha com grande força”.

E prosseguiu, reforçando a ameaça: “Juntamente com o ministro da Defesa, recebi a recomendação das Forças de Defesa de Israel (IDF) e dos serviços de segurança para retomar intensamente a luta contra o Hamas. De agora em diante, Israel agirá contra o Hamas com intensidade crescente. E, daqui para frente, negociações serão conduzidas apenas sob fogo”.

A nova fase de hostilidades ocorre após uma trégua instável que mal chegou a ser consolidada, agravando ainda mais uma crise humanitária que já é profunda em Gaza. Organizações internacionais denunciam que as ações militares israelenses têm resultado em um elevado número de civis mortos e deslocados, lançando duras críticas ao governo de Netanyahu pela intensificação dos bombardeios em áreas densamente povoadas.

A decisão do premiê israelense ocorre também em meio à crescente pressão internacional por um cessar-fogo humanitário imediato. Críticos da política israelense apontam que condicionar negociações à continuidade dos ataques militares é uma estratégia que aprofunda a crise humanitária e dificulta a resolução pacífica do conflito.

A violência recente, marcada por ataques israelenses e resposta do Hamas, já deixou centenas de mortos e milhares de feridos, em um cenário onde a população civil de Gaza permanece refém dos bombardeios diários, com escassez severa de alimentos, medicamentos e água potável.

Especialistas alertam que a insistência de Israel em manter negociações sob ataque constante inviabiliza qualquer diálogo eficaz, aprofundando ressentimentos e tornando cada vez mais remota a possibilidade de um entendimento diplomático entre as partes envolvidas no conflito.