Empresas cobram do governo Jair Bolsonaro ações efetivas no combate ao desmatamento para evitar perder acesso aos mercados internacionais

Queimadas atingem área da Amazônia em Porto Velho; Jair Bolsonaro e Ricardo Salles (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | Marcos Corrêa/PR)

A destruição ambiental e o desmonte das estruturas de fiscalização pelo governo Jair Bolsonaro e implementada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, vem deteriorando a imagem do Brasil e prejudicando o acesso de empresas brasileiras aos mercados internacionais. 

Na semana passada, um grupo de 36 empresas nacionais promoveu uma articulação conjunta para tratar da questão e para cobrar ações efetivas no combate ao desmatamento. Investidores estrangeiros também se reuniram com o vice-presidente, general Hamilton Mourão, para cobrar ações efetivas na proteção do meio ambiente.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo a insatisfação veio na esteira do dados que apontam os seguidos aumentos do desmatamento na Amazônia , que em junho registrou o 14º mês seguido de crescimento, alcançando mais de 1.000 km², a maior área desde o início da série histórica, em 2015. 

“Não há mais chance de Salles recuperar qualquer credibilidade no Brasil ou no mundo. Ou governo se livra dele, ou qualquer medida será permanentemente questionada e vista com desconfiança”, disse o presidente do Instituto Ethos. Caio Magri, à reportagem. 

Desde o ano passado que investidores vêm alertando para o aumento do desmatamento e, também para suas consequências, Em setembro, fundos de investimentos que administravam valores superiores a US$ 16 trilhões emitiram, sem sucesso, uma carta pública condenando a devastação.

Em junho deste ano, outros 29 gestores responsáveis por US$ 4,1 trilhões enviaram de forma direta cartas para as embaixadas do Brasil visando discutir a questão ambiental no governo Bolsonaro. 

Nesta linha, grupos que atuam no Brasil já enfrentam boicotes aos seus produtos. Um dos casos mais recentes é o da Cargill. A empresa foi excluída da lista de fornecedores da Grieg Seafood pela suspeita de ligações com o desmatamento ilegal. A Nestlé, também deixou de comprar soja brasileira pela mesma razão. 

Em dezembro, a Nestlé também parou de comprar soja brasileira da Cargill ao não conseguir rastrear a origem do grão. Exportadores de couro também estão sofrendo boicotes de grande marcas varejistas. 

Fonte: Brasil 247