Em 26 de julho de 1953, jovens militantes, entre eles Fidel Castro, lideravam insurgência que seis anos depois triunfaria na Revolução Cubana. Data é rememorada em live neste domingo (26)

Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba (MPSC) celebra a história com uma live em sua página no Facebook, às 17h

Antes de partir para o ataque contra o Quartel Moncada, em 26 de julho de 1953, o líder Fidel Castro se dirigiu aos 131 jovens militantes que o acompanhavam, já certo do que iria acontecer: “Companheiros: Poderemos vencer dentro de poucas horas ou sermos vencidos. Mas em todo caso, ouçam bem, companheiros, o movimento triunfará de qualquer forma”. Não demorou para que, de fato, horas depois, o grupo de revolucionários se desfizesse em seis mortos e outros 55 pessoas presas e torturadas até a morte. Entre eles, Abel Santamaría, que também tomava a frente da ofensiva junto com Fidel e seu irmão, Raúl Castro. 

Mas neste domingo (26), quando a ação completa 67 anos, há também uma revolução cubana e a construção de um modelo alternativo ao capitalismo para comprovar que o movimento, apesar do revés, triunfou. Em relação à importância do evento, Fidel foi incisivo: “não haveria revolução sem Moncada”. 

“Ela iniciou um período de luta armada que não terminou até a derrota da tirania”, garantiu ele já como presidente da República de Cuba. Em ocasião dos 67 anos do episódio, que se comemora como a Rebeldia Cubana, o Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba (MPSC) celebra a história com uma live em sua página no Facebook, às 17h, neste domingo (26). Em meio uma realidade atípica, o movimento convida a repensar as formas de rememorar essa data, considerada importante para os movimentos solidários que se inspiram na Revolução Cubana.

Passado e presente juntos

Levaram ainda seis anos para derrubar o regime do ditador Fulgêncio Batista (1952-1959). Depois do assalto ao quartel, Fidel e Raúl chegaram a ser presos e condenados a 15 anos de reclusão. Período que tornou conhecido outro discurso de Fidel, “a história me absolverá”, e que durou até angariar a simpatia da população. Em 1955, ao ser anistiado e exilado no México, formou o Movimento 26 de Julho, com o também revolucionário Ernesto Guevara, o Che. É do México que partem de volta a Cuba, a bordo da embarcação Granma, em 1956. Até concretizar de vez a revolução em 1º de janeiro de 1959.

Para falar do legado do movimento à conjuntura atual de Cuba, o debate virtual do MPSC contará com a presença do professor Emir Sader, filósofo e docente aposentado pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). O cônsul-geral de Cuba em São Paulo, Pedro Monzon, também participa do evento que será mediado pela jornalista e integrante do MSPC Larissa Gould.

Rebelde e teimosa

Na live, serão debatidos os impactos do bloqueio econômico sobre Cuba. Como Fidel previa, a revolução comunista prospera, mas não sem ataques externos. Desde 1962, o regime sobrevive mesmo com as sanções impostas pelos Estados Unidos. Em 2008, quando o líder revolucionário foi questionado sobre quem seria seu pior inimigo, Fidel Castro rebateu que não teria. “Porque acredito que todos os inimigos podem ser vencidos.” 

Em tempos de pandemia, Cuba prova é não é só rebelde, mas teimosa. O país está, inclusive, na lista dos mais bem sucedidos no controle da pior crise sanitária do último século no mundo. Além de ter uma medicina que é referência internacional. Os 67 anos do início da revolução chegam ainda com mais de 164 organizações pedindo a indicação da Brigada de Médica Internacional Henry Reevedo ao Prêmio Nobel da Paz de 2021. Um legado do revolucionário Fidel, que a criou em 2005. “(Enviamos) médicos e não bombas”, lembraria ele hoje.  

A revolução na live

O debate on-line deste domingo (26), às 17h, que será transmitido no Facebook do MPSC, também estará disponível nas páginas do Barão de Itararé, do Partido Comunista Brasileiro e da União da Juventude Comunista. Os veículos, Jornal A verdade, Jornalistas Livres, Marighella News, Conexão América Latina e Comitê Lula Livre – SJC também irão transmitir a live.

Fonte: RBA