Reabilitação cardiopulmonar tem sido adotada para que essas pessoas voltem a ter uma vida normal
Quando são liberados pacientes da covid-19 podem começar uma nova batalha, isso porque estudos feitos com pessoas que contraíram a doença observaram sequelas, mesmo após a cura, e até mesmo nos casos menos graves. Os sintomas mais comuns após a doença são tosse por esforço, fadiga muscular, dispneia, cansaço aos mínimos esforços, fraqueza generalizada, tolerância diminuída ao exercício, dores, ansiedade, depressão, falta de atenção. Isso tudo leva a uma perda da capacidade funcional e da qualidade de vida.
Em Dourados, a fisioterapeuta Daniele Susan Pereira que faz atendimento especializado (reabilitação cardiopulmonar) para pacientes que foram acometidos da doença, explica que diante do impacto da Covid-19 no nosso organismo, há uma necessidade de um acompanhamento multiprofissional pós alta.
“Com avançar da doença e novos estudos, foi descoberto que além do comprometimento respiratório, outros órgãos e sistemas são afetados pela infecção viral. Considerando a necessidade de recuperação funcional desses pacientes, a reabilitação cardiopulmonar pode ajudar tanto os pacientes que apresentaram sintomas leves, quanto os que passaram por internações prolongadas. Sendo indicada para determinar qual foi o impacto da Covid-19 na capacidade funcional do indivíduo”, explicou a fisioterapeuta em entrevista ao PROGRESSO.
Fisioterapeuta Daniele Susan
“Esses pacientes podem ser assintomáticos, ter sintomas leves/moderados, ter sintomas um pouco mais graves (uma internação, mas sem necessidade de uma UTI) ou ser um paciente crítico (que necessita de suporte de uma UTI, Ventilação mecânica, sedação). Os pacientes que necessitaram de um suporte de UTI prolongado, além das repercussões da covid-19, podem desenvolver síndrome pós cuidados intensivos (PICS -post intensive care syndrome), eles sobrevivem a condição crítica inicial, porém continuam a sofrer com disfunções que levam a uma redução da sua qualidade de vida”, salientou Daniele.
A fisioterapeuta explicou ainda que a inclusão do paciente no programa de reabilitação cardiopulmonar deve respeitar o período de quarentena. “Em seguida o paciente passa uma por uma avaliação da sua funcionalidade, com alguns testes específicos, após a avaliação e diagnostico fisioterapêutico e funcional deste paciente, podemos determinar qual a prescrição terapêutica adequada. Na reabilitação cardiopulmonar todos os sinais vitais e sintomas são monitorados durante os exercícios”.
De acordo com a especialista, a reabilitação cardiopulmonar acelera o processo de recuperação, tratando as sequelas e restabelecendo a capacidade funcional. Dois pacientes que fazem o tratamento foram entrevistados pelo jornal O PROGRESSO e relatam a experiência pós covid -19.
Gecimar aderiu ao tratamento e está sem sequelas
O médico Gecimar Teixeira, de 36 anos, afirmou que decidiu procurar o tratamento após sentir que mesmo curado ainda estava sofrendo consequências da doença. “Quando tive alta hospitalar eu percebi que ainda estava muito cansado, e que necessitaria de uma reabilitação pulmonar mais especifica, com um profissional fisioterapeuta com experiência no assunto. Hoje eu me sinto sem nenhuma sequela, consigo fazer todas as minhas atividades diárias, me sinto melhor que antes de tudo isso e mais disposto”, frisou.
O técnico em contabilidade Fabio Espindola Dutra de Araújo, de 37 anos, também está fazendo o tratamento para recuperação. “O que me levou a procurar o tratamento foi a necessidade de recuperação do pós covid, pois a doença causou graves lesões no pulmão, cerca de 40% ficou comprometido e com a fisio tem sido um tratamento essencial na recuperação, fazendo expansão na entrada de ar nas partes lesionadas com a doença”, afirmou Fábio.
Fabio teve graves lesões no pulmão devido a covid-19 e aderiu ao tratamento
Fonte: Dourados Agora
