Ex-presidente Rafael Correa denuncia perseguição e diz que decisão do Conselho Eleitoral é ‘fraude evidente’; candidatos que pertencem à corrente política do ex-presidente devem concorrer agora pelo partido Centro Democrático
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador decidiu nesta quarta-feira (16/09) a suspensão de quatro partidos no país, entre eles, o Força Compromisso Social (FCS), organização liderada pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017). A medida julgada era um recurso que a organização havia solicitado após o conselho proibir seu registro em julho deste ano.
Segundo o CNE, os partidos suspensos, incluindo o de Correa, não cumpriram com o requisito para apresentar o percentual de assinaturas, de ao menos 1,5% dos eleitores habilitados antes de requerer o registro, informaOpera Mundi.
Pelo Twitter, o ex-mandatário afirmou que a decisão é uma “fraude evidente”, e que a medida de suspender os registros é um desespero “pela derrota certa nas urnas”.
“Acabam de eliminar o [Força] Compromisso Social, principal força política do Equador, dois dias antes da inscrição de candidaturas. A fraude é evidente, desesperados por sua derrota certa nas urnas”, disse.
Prevendo que registro do partido pudesse ser atacado pelo CNE, o FCS havia acrescentado uma cláusula em sua coalizão, a União pela Esperança (Unes), declarando que, caso a legenda fosse suspensa definitivamente, os candidatos migrariam para o partido Centro Democrático (CD).
A aliança foi realizada no início de setembro, enquanto se aguardava o julgamento do recurso. “Diante das próximas eleições eleitorais, a fração progressista equatoriana decidiu unir-se em um único braço político e assumir a responsabilidade de representar a esquerda daquele país, após diversas situações políticas e ameaças do governo de Lenín Moreno para evitá-la”, diz a Unes.
O bloco afirmou que essa decisão é uma medida contras as “ações deliberadas e golpes” contra aqueles que estão “trilhando um caminho para recuperar a democracia no Equador”.
Correa comandou o Equador por dois mandatos, entre 2007 e 2017, e atualmente mora em Bruxelas. Desde que deixou o cargo, acusa o governo de Lenín Moreno de perseguição e corre o risco de ser preso caso volte ao Equador. Os processos contra o ex-mandatário começaram durante o mandato de Moreno, ex-vice de Correa, que há quase três anos rompeu com as forças políticas que o elegeram e com o plano de governo com o qual foi eleito.
Fonte: Brasil 247