Participação feminina no mercado de trabalho ao longo do segundo trimestre ficou em 46,3%, nível mais baixo registrado nos últimos 30 anos, apontam dados do IBGE. Queda está atrelada à pandemia do novo coronavírus
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A participação feminina no mercado de trabalho ao longo do segundo trimestre ficou em 46,3%, nível mais baixo registrado nos últimos 30 anos. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que desde 1991, a participação das mulheres no mercado de trabalho não caía abaixo dos 50% e desde 1990 não registrava um valor tão baixo, quando ficou em 44,2%.
A queda está atrelada à pandemia do novo coronavírus, que fechou postos de trabalho e obrigou as escolas a operar a distância. Com isso, as mulheres foram obrigadas a passar mais tempo em casa, cuidando dos filhos ou de parentes, o que refletiu diretamente no indicador. Durante a crise sanitária, 50% das mulheres passaram a se responsabilizar pelo cuidado de outra pessoa, ressalta o estudo do IBGE.
Entre as que possuem filhos com até dez anos em casa, a queda foi de 7,7 pontos percentuais entre o segundo trimestre de 2019 e o mesmo período deste ano. Entre as mulheres, de maneira geral, a redução foi de 7,1 pontos porcentuais e, entre os homens, de 6,3 pontos porcentuais.
“Com a pandemia, muita gente deixou de procurar trabalho. Ficou arriscado sair de casa para isso e o mercado não está receptivo. No caso das mulheres, o problema foi agravado porque os cuidados com a casa costumam recair mais sobre elas”, disse o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Marcos Hecksher, à reportagem.
A pesquisa apontou, ainda, que a carga de trabalho doméstico também cresceu durante a pandemia. De acordo com o IBGE, antes da quarentena, as mulheres trabalhavam, em média, 10,4 horas semanais a mais que os homens em tarefas do gênero. Em 2019, o tempo médio gasto pelas mulheres com estas atividades foi de 21,4 horas por semana, enquanto o dos homens foi de 11 horas.
Durante a pandemia, porém, 26,4% das mulheres ouvidas pela pesquisa afirmaram que o trabalho doméstico cresceu durante a pandemia. O índice entre os homens é de 13%.
Fonte: Brasil 247