São Paulo – Com alta generalizada de produtos e nas regiões, o indicador oficial da inflação no país superou os 4% em 12 meses, chegando a mais de 6% em alguns locais. A taxa de novembro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,89%, a maior para o mês desde 2015. Agora, o índice soma 3,13% no ano e 4,31% em 12 meses. O INPC, por sua vez, ultrapassou os 5% (5,20%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8) pelo IBGE.

Sete dos nove grupos tiveram elevação no mês passado, contribuindo para a inflação. O instituto destaca Alimentação e Bebidas, com alta de 2,54% e impacto de 0,53 ponto percentual na taxa geral. Já Transportes, que subiu 1,33%, representou 0,26 ponto. Assim, os dois grupos, somados, corresponderam a 89% do IPCA de novembro.

Arroz, batata, carne, tomate

No caso dos alimentos, o aumento se deve, principalmente, a alguns itens para consumo em domicílio. Casos, por exemplo, de carnes (6,54%) e batata inglesa (29,65%) – que em outubro já haviam subido 4,25% e 17,01%, respectivamente.

Também aumentaram outros itens básicos, como tomate (18,45%), arroz (6,28%) e óleo de soja (9,24%). Entre as quedas, o IBGE cita a do leite longa vida (-3,47%).

Além disso, comer fora de casa ficou mais caro no mês passado. De 0,36%, em outubro, para 0,57%. A refeição aumentou 0,70%, em média. Outras altas foram da cerveja (1,33%), do refrigerante e da água mineral (1,05%).

Gasolina, sexto mês de alta

No grupo Transportes, a gasolina subiu pelo sexto mês seguido. Agora, a alta foi de 1,64%, representando 0,08 ponto percentual. Já o preço do etanol subiu 9,23% (0,06 ponto). O IBGE registrou ainda altas de automóveis novos (1,05%) e usados (1,25%). Por sua vez, a tarifa de ônibus urbano caiu 0,15%, devido a redução verificada em Porto Alegre.

Habitação teve alta de 0,44%, com impacto de itens como aluguel residencial (também 0,44%) e gás de botijão (1,37%). Cada um correspondeu a 0,02 ponto no índice do mês. O gás encanado aumentou 1,57% e o item água e esgoto, 0,32%. Energia elétrica ficou praticamente estável (0,01%).

Eletrodomésticos sobem menos

Os preços do grupo Artigos de Residência subiram menos do que em outubro (de 1,53% para 0,86%). Segundo o IBGE, isso se deve, principalmente, à queda em artigos de TV, som e informática (-1,02%). Eletrodomésticos e equipamentos também tiveram alta menos intensa (de 2,38% para 0,72%). Já mobiliário subiu 1,48%, com 0,02 ponto de participação.

Com variação de 0,07%, Vestuário ficou próximo da estabilidade. Caíram os preços de roupas masculinas (-0,33%) e calçados e acessórios (-0,19%). Por outro lado, joias e bijuterias (0,96%) continuam subindo e acumulam alta de 14,75% em 2020.

Inflação sobe em todo o país

O grupo Saúde e Cuidados Pessoais variou -0,13%. De acordo com o instituto, caíram preços de perfumes (-1,90%) e artigos de maquiagem (-7,44%). Já os produtos para pele aumentaram 3,25% (0,01 ponto).

Todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em novembro, segundo o IBGE. A maior foi apurada no município de Goiânia (1,41%) e a menor, em Brasília (0,35%). Em 12 meses, o IPCA chega a superar 6%, atingindo 6,65% em Campo Grande. Na região metropolitana de São Paulo, soma 4,24%.

INPC acima dos 5%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,95%, também no maior resultado para novembro desde 2015. Está acumulado em 3,93% no ano e em 5,20% em 12 meses.

Segundo o instituto, os produtos alimentícios subiram 2,65%. Já os não alimentícios tiveram alta de 0,42.

Fonte: RBA