Jornalista ainda não fez sua autocrítica, mas disse que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, golpeada na farsa das pedaladas fiscais, parecerá injusto se Jair Bolsonaro, com uma montanha de crimes de responsabilidade, permanecer no poder

(Foto: Reprodução | ABr)

A jornalista Miriam Leitão, que trabalhou pelo golpe de 2016, ao difundir a farsa das “pedaladas fiscais”, pretexto usado pelo PSDB para, em conjunto com DEM e MDB, golpear a ex-presidente Dilma Rousseff, tomar o controle da Petrobrás, entregar poços de petróleo a empresas internacionais, retirar direitos trabalhistas, impor o teto de gastos e implantar um choque neoliberal que produziu a maior destruição de riqueza da história brasileira, ainda que vendesse a “volta da confiança”, começa a se preocupar com a história.

Em sua coluna deste domingo, ela diz que se Jair Bolsonaro não vier a ser afastado, o impeachment de Dilma, que na realidade foi um golpe jurídico, midiático, parlamentar e também militar, parecerá injusto. “Se permanecer intocado e com o seu mandato até o fim, a história será reescrita naturalmente. O impeachment da presidente Dilma parecerá injusto e terá sido”, diz ela.

Miriam, no entanto, não faz sua autocrítica e continua falsificando a história, ao atribuir à ex-presidente Dilma Rousseff, que fez com que o Brasil alcançasse a menor taxa de desemprego de sua história, ao fim do primeiro mandato, uma suposta quebra da economia brasileira.

“O impeachment da presidente Dilma não foi apenas por um preciosismo fiscal, por uma singela pedalada, como ficou na memória de muita gente, da mesma forma que Collor não foi abatido por um Fiat Elba. Com seus erros de decisão, sequenciais, Dilma desmontou a economia. A recessão destruiu 7% do PIB em dois anos, a inflação voltou a dois dígitos, o desemprego escalou, o déficit e a dívida deram um salto. Tudo isso derrubou sua popularidade e ela não teve sustentação política. Não foi um golpe”, escreve Miriam, que tentar sustentar uma narrativa cada vez mais frágil.

Depois de um primeiro mandato de crescimento médio e desemprego baixíssimo, Dilma foi alvo de sabotagem parlamentar promovida pelos golpistas, dos efeitos econômicos da Lava Jato, que quebrou empresas e tinha como objetivo abrir espaço para a mudança de regime político no Brasil e da histeria midiática em torno de altas sazonais de preços, como ocorreu no caso do tomate, e déficits fiscais que seriam temporários. Depois do golpe de 2016, a confiança na economia brasileira jamais retornou e os governos Temer-Bolsonaro têm apenas acelerado o processo de decadência brasileira.

Fonte: Brasil 247