São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi a 0,86% no mês passado, maior taxa para fevereiro desde 2016, segundo o IBGE. E também bem acima de janeiro (0,25%). Com isso, o indicador oficial de inflação acumula alta de 1,11% no ano e chega a 5,20% em 12 meses. O IPCA não superava 5% desde janeiro de 2017 – em algumas regiões, ultrapassa os 7%. Apenas os alimentos sobem 15%, quase três vezes mais que a inflação. Já o INPC anual ultrapassou os 6%.

Com aumento médio de 7,09%, os combustíveis seguem pressionando a inflação. Apenas a gasolina, que subiu 7,11%, foi responsável por 0,36 ponto percentual, ou 42% do IPCA de fevereiro. Também tiveram alta o etanol (8,06%), óleo diesel (5,40%) e gás veicular (0,69%). De acordo com o IBGE, nos últimos nove meses os combustíveis subiram 28,44%. O gás (de botijão e encanado) também aumentou.

Quase tudo em alta

Oito dos nove grupos que compõem o índice tiveram alta em fevereiro. A exceção foi Vestuário (-0,07%). Destaque para Transportes (2,28%) e Educação (2,48%) – somados, esses grupos responderam por 70% do resultado mensal.

Ainda em Transportes, o instituto registra alta nos itens automóveis novos (0,55%) e usados (0,71%), além de pneus (1,26%). Com reajustes em Recife e Vitória, o custo médio do ônibus urbano subiu 0,33%, enquanto o trem aumentou 0,56%, com reajuste de passagens no Rio de Janeiro.

Cursos mais caros

Em Educação, o maior impacto (0,14 ponto), segundo o IBGE, foi dos cursos regulares, com alta de 3,08%.”O resultado reflete, em grande medida, os reajustes normalmente observados no início do ano letivo. Além disso, houve retirada de descontos praticados por algumas instituições de ensino ao longo de 2020, no contexto da pandemia”, explica o instituto. As maiores variações vieram da pré-escola (6,37%), ensino fundamental (4,92%) e ensino médio (4,45%). Subiram menos o ensino superior (0,94%) e o cursos técnicos (0,91%).

Já o grupo Alimentação e Bebidas voltou a desacelerar e subiu 0,27% no mês passado. Em janeiro, por exemplo, havia tido alta de 1,02%. No caso da alimentação no domicílio (0,28%), o IBGE cita as quedas de produtos como batata inglesa (-14,70%), tomate (-8,55%), leite longa vida (-3,30%), óleo de soja (-3,15%) e arroz (-1,52%). A cebola continua subindo (15,59%), enquanto o item carnes teve aumento de 1,72%. A alimentação fora do domicílio foi de 0,91%, em janeiro, para 0,27%.

Gás continua subindo

No grupo de maior peso, Habitação (alta de 0,40%), destaque para o gás de botijão, que subiu 2,98% no mês e contribuiu com 0,03 ponto – foi a nona alta seguida. O gás encanado também aumentou (2,68%), com reajustes em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Já a energia elétrica caiu 0,71% (-0,03 ponto), enquanto a taxa de água e esgoto teve elevação de 1,02%. 

Em Saúde e Cuidados Pessoais (0,62%), o IBGE aponta o item higiene pessoal: 1,07% e 0,04 ponto. Também registraram alta os planos de saúde (0,67% ) e s produtos farmacêuticos (0,27%).

Todas as 16 áreas pesquisadas pelo IBGE tiveram alta em fevereiro. O maior resultado foi apurado na região metropolitana de Fortaleza (1,48%) e o menor, na Grande Rio (0,38%). Em 12 meses, o IPCA vai de 4,45% (Brasília) a 7,81% (Campo Grande).

INPC também sobe

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,82%, ante 0,27% em janeiro. Também foi o maior resultado para fevereiro desde 2016. Agora, acumula alta de 1,09% no ano e de 6,22% em 12 meses.

Os produtos alimentícios subiram 0,17%, abaixo de janeiro (1,01%). Já os não alimentíciosforam de 0,03% para 1,03%.

Fonte: RBA