A SpaceX conseguiu na tarde desta quarta-feira (26) uma marca histórica: o 100º lançamento bem-sucedido consecutivo de um foguete Falcon 9. Carregando mais 60 satélites para a constelação Starlink, o Falcon 9 B1063 decolou da estação da Força Espacial dos EUA em Cabo Canaveral, na Flórida, às 15h59 (horário de Brasília).

O último acidente com um Falcon 9 aconteceu em 28 de junho de 2015, quando pressão excessiva no tanque de oxigênio líquido do segundo estágio do Falcon 9 B1018 fez com que ele explodisse em pleno voo.

A missão carregava suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS) e a cápsula não-tripulada Dragon sobreviveu à explosão, mas afundou no oceano já que não continha o software necessário para acionar os paraquedas na descida em caso de falha no lançamento.

Os foguetes Falcon 9 são reutilizáveis, e projetados para uma vida útil de 10 lançamentos. O primeiro a atingir a marca foi o B1051, que decolou pela primeira vez em 2 de março de 2019 e completou seu décimo voo pouco mais de 2 anos depois, em 9 de maio deste ano.

Com o lançamento desta quarta-feira a SpaceX também completa a construção da primeira “camada” da constelação de banda larga Starlink, totalizando 1.737 satélites em órbita. Em abril a CEO da SpaceX, Gwynne Shotwell, afirmou que seriam necessários 1.680 satélites para oferecer cobertura global, mas que o serviço continuaria em estado “beta” por algum tempo, mesmo após esta marca ser atingida.

A construção da constelação começou em 24 de maio de 2019, com o lançamento dos primeiros 60 satélites de teste. Destes, apenas 1 continua em operação, com os outros 59 sendo deorbitados ou movidos a órbitas mais baixas, onde eventualmente reentrarão em nossa atmosfera. Os primeiros 60 satéites operacionais, dos quais 54 ainda estão em funcionamento, foram lançados em 11 de novembro de 2019.

Atualmente, interessados em adquirir o serviço nos EUA, Canadá e Reino Unido devem pagar US$ 99 (R$ 525) por uma reserva no site da Starlink. Se o serviço estiver disponível em sua região, deverão pagar mais US$ 499 (R$ 2.647) pela estação base e antena, além de uma mensalidade de mais US$ 99 (R$ 525). 

A SpaceX enfatiza o caráter “beta” do serviço, lembrando aos interessados que flutuações de velocidade ou mesmo a perda completa do sinal por breves períodos podem ocorrer.

Recentemente a empresa dobrou a velocidade de conexão dos assinantes, mas isso causou instabilidade no serviço por alguns dias. No final de 2020 a SpaceX estabeleceu duas subsidiárias no Brasil para oferecer seus serviços no país. Entretanto, ainda não há uma previsão para operação além de “final de 2021”.

A SpaceX não pretende parar a construção da Starlink. A empresa tem planos para múltiplas “camadas” de satélites ao redor do globo, com até 12 mil satélites em uma “primeira fase”, e planos para expansão futura com mais 30 mil.

Fonte: Olhar Digital