As mudanças climáticas trazem consigo uma série de efeitos nocivos para a vida na Terra, de modo especial, os seres aquáticos, como peixes, tanto de água doce, quanto de água salgada. Isso acontece porque o aquecimento das águas faz com que o oxigênio desapareça cada vez mais rápido das águas, algo que tem acontecido de forma ainda mais crítica com os lagos, o que coloca esses ecossistemas sob uma ameaça cada vez mais séria.
Em uma nova pesquisa, cientistas do Instituto Politécnico Rensselaer, em Nova York, nos Estados Unidos, analisaram amostras de 393 lagos localizados, em áreas temperadas de diferentes lugares ao redor do mundo, entre 1941 e 2017. A partir dessas análises, eles conseguiram descobrir um declínio generalizado dissolvido em habitats de águas superficiais e profundas.
Tal mudança nos níveis de oxigênio tem um efeito de arrastamento, que vai desde a bioquímica da água, e pode chegar até a saúde das populações humanas que podem depender desses lagos. Além disso, essa diminuição também pode levar ao aumento das emissões de gases de efeito estufa, que são gerados por bactérias aquáticas que produzem metano.
“Toda vida complexa depende de oxigênio”, diz o biólogo ambiental e autor principal do estudo, Kevin Rose, ao Science Alert. “É o sistema de suporte para cadeias alimentares aquáticas. E quando você começa a perder oxigênio, tem potencial para perder espécies”, completou o pesquisador. Segundo ele, os lagos estão perdendo oxigênio até três vezes mais rápido do que os oceanos.
Pesquisa extensa
Ao todo, foram analisados mais de 45.000 perfis de temperatura da água e oxigênio dissolvido nela, a partir desses dados, os pesquisadores descobriram uma queda média de 5,5% no oxigênio dissolvido nas águas superficiais nas últimas quatro décadas. Nas águas profundas, a situação foi ainda mais preocupante, com uma queda média de 18,6%.
“Os lagos são indicadores ou ‘sentinelas’ de mudanças ambientais e ameaças potenciais ao meio ambiente porque respondem aos sinais da paisagem e da atmosfera ao redor”, diz o ecologista aquático e coautor do estudo, Stephen Jane. “Descobrimos que esses sistemas desproporcionalmente mais biodiversos estão mudando rapidamente, indicando até que ponto as mudanças atmosféricas em andamento já afetam os ecossistemas”.
Fonte: Olhar Digital