Presidente do Júri Eleitoral Nacional contesta denúncia de candidata conservadora: “A fraude está na imaginação febril de alguém”. Siga as últimas notícias da apuração
As eleições do Peru não terão um vencedor claro até o último minuto. A disputa é máxima, e a vitória será ganha voto a voto. Com mais de 99% das atas de votação no país processadas até as 23h52 desta terça-feira, o esquerdista Pedro Castillo conta 50,27% dos votos contra 49,72% da conservadora Keiko Fujimori, após passar toda a apuração atrás da adversária. A diferença é de 96.108 votos. O órgão eleitoral havia alertado que “o voto rural e o voto na selva” são os últimos a se refletir nos resultados —justamente os feudos favoráveis ao professor Castillo, enquanto o voto estrangeiro tende a favorecer a líder conservadora. Mesmo após o fim do escrutínio, dada a proximidade dos resultados, todos os olhares estarão voltados para as atas contestadas nas mesas de votação. A decisão final sobre eles caberá ao tribunal eleitoral.
A virada de Castillo na segunda-feira levou Fujimori a denunciar uma “fraude sistemática” na contagem dos votos, sem apresentar provas de irregularidades. Para Fujimori, o partido esquerdista Peru Libre desenvolveu “uma estratégia para distorcer ou atrasar os resultados que refletem a vontade popular”, para evitar urnas com tendência de maior votação para o Fuerza Popular não sejam contadas. Nesta terça, Jorge Salas, presidente do Júri Eleitoral Nacional do Peru, lamentou “mau favor” que se faz à democracia “ao falar de fraude que não existe”. “A fraude está na imaginação febril de alguém”, declarou.
O partido de Castillo também nega as acusações. “Rejeitamos as declarações da candidata Fuerza Popular, lembrando-lhe que o Peru Libre nunca recorreu à fraude eleitoral, pelo contrário, sempre foi vítima dela, e apesar de tudo que sabíamos enfrentar e vencer”, afirmou a sigla no Twitter.
Fonte: El Pais Brasil