Através da Semagro, o Governo de Mato Grosso do Sul deu início à terceira fase do ZAE, com as atividades na Bacia do Rio Paraná. O trabalho é realizado em parceria com a Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Os trabalhos das primeira e segunda fases geraram 448 Mapas (escala 1:100.000) com a indicação das melhores áreas para as culturas: (Fase 1) Abacaxi, Arroz, Banana, Citrus, Goiaba, Mamão, Manga, Maracujá, Milho, Milho Safrinha, Soja e Uva (fase 2) as culturas anteriores e ainda Cana de Açúcar, Eucalipto, Girassol e Seringueira.
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Nesta terceira fase, que alcançará 46 municípios, pesquisadores da Embrapa Solos (RJ) – José Ronaldo, Nilson Pereira, Waldir de Carvalho Junior e Silvio Bhering, juntamente a técnicos da Semagro deram início à atividade de coleta de amostras de solos no último dia 31 de maio, já tendo passado pelos municípios de Cassilândia, Chapadão e Costa Rica.
Os objetivos nesta terceira fase são realizar a harmonização e unificação dos estudos de solos e de zoneamento das fases anteriores, fazer a interpretação dos requisitos edáfico-climáticos das culturas, elaborar o mapa de áreas de uso restrito por condicionantes ambientais, realizar mapeamento de solos (digital) em escala compatível com 1:100.000, zoneamento agroecológico por culturas, mapas atributos solos (carbono, pH, teor de argila), incorporar estudos de água no solo e terras para irrigação.
Conforme explica o pesquisador e coordenador de projetos da Embrapa Solos, Silvio Bhering, nesta terceira fase já foram concluídos os trabalhos de desenvolvimento e validação de aplicativos de navegação e aquisição de dados no campo, a harmonização dos estudos de solos dos municípios da bacia do Rio Paraguai (Fases 1 e 2), o mapeamento de Solos Unificado para a bacia do Rio Paraguai, realizado o delineamento amostral para os estudos de solos dos municípios da bacia do Rio Paraná e realizada a primeira campanha de campo para coleta de solos na bacia do Rio Paraná – limite norte.
Segundo Silvio, o trabalho é todo realizado com plena integração dos projetos estruturantes da SEMAGRO: Rede de Estações Meteorológicas; Sistema de Informação do Agronegócio – SIGA/MS e Portal de Informações e Geoposicionamento – PIN/MS.
Já na formulação e aplicação das políticas públicas do Estado e de Municípios possibilita a gestão de Recursos Hídricos, o monitoramento de eventos extremos, programas de abertura e conservação de estradas, gestão de empreendimentos (análise locacional), desenvolvimento agrário e Extensão Rural, além da verificação da erodibilidade e vulnerabilidade dos solos, estoque de Carbono e disponibilidade hídrica.
Conforme explica o Superintendente de Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar, Rogério Beretta, todo o trabalho nos municípios conta com a parceria das Prefeituras, Sindicatos Rurais e dos produtores, além da equipe da Agraer.
Após esta primeira parte do trabalho o grupo se reuniu virtualmente para fazer um balanço das atividades e colocar as instituições envolvidas, a par do trabalho realizado e da programação prevista para finalizá-lo.
Neste encontro participaram a Chefe geral da Embrapa Solos (RJ) Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, o chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) Harley Nonato de Oliveira e o chefe geral da Embrapa Gado de Corte, Antônio do Nascimento Ferreira Rosa. Representando o Governo do Estado, o Superintendente Rogério Beretta.
Na oportunidade um dos técnicos da Semagro que compõe a equipe de campo, Carlos Henrique Lemos Lopes, analista de desenvolvimento sócio econômico da Secretaria, explicou que após as viagens, as amostras de solos são encaminhadas para o Rio de Janeiro onde passam por análises laboratoriais.
Segundo explicou, a partir dessas analises são definidos os locais em que serão escavadas trincheiras para a descrição de perfis de solo e realizados os estudos necessários para as recomendações que serão inseridas no ZAE daquela região.
O cruzamento das informações climáticas, com as necessidades das culturas resultam na indicação de aptidão daquele solo ou ainda no apontamento de suas fragilidades.
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Nesta etapa, em especifico, Carlos Henrique explica que o grupo também irá identificar as áreas com potencial para a prática da irrigação. Os dados coletados também irão servir para enriquecer o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), que subsidia as tomadas de decisões dos produtores, as recomendações dos técnicos e serve como base para contratação dos seguros agrícolas e financiamentos. “Esse trabalho propicia recomendações técnicas mais seguras e precisas e auxilia o produtor a obter melhor produtividade com menos riscos” Completou.
Carlos Henrique explicou ainda que os dados das estações meteorológicas são parte importante na investigação a ser apresentada tanto no ZAE quanto no ZARC e as estações do Estado passarão por manutenção de rotina – na mesma oportunidade das visitas dos técnicos a municípios próximos de onde estão instaladas – durante as viagens previstas para os próximos meses.
Em relação ao cronograma apresentado pela equipe está previsto que até o mês de novembro o grupo trabalhará durante duas semanas por mês nos municípios a serem zoneados. No próximo dia 28, a equipe se deslocará para coletar material de estudos (solos) nos municípios de Paranaíba, Aparecida do Taboado e Inocência.
Sobre o ZAE
O Zoneamento Agroecológico (ZAE) é um instrumento técnico-científico que classifica uma região ou uma área específica de acordo com a sua aptidão agrícola. Ele leva em consideração o clima, solo, morfologia, produção potencial e impacto ambiental dos tipos de cultivares, podendo propor áreas de conservação ambiental além das obrigadas pela legislação. Esse instrumento tem como principal objetivo fornecer subsídios para a pesquisa agrícola, assistência técnica e extensão rural, e também orientar tomadores de decisão no estabelecimento de políticas públicas em programas de desenvolvimento agrícola.
Sobre o ZARC
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos e permite identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais, agentes financeiros e demais usuários.
Kelly Ventorim, Semagro