© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Na última quinta-feira (1°), a vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) completou 44 anos de imunização em brasileiros contra a tuberculose.

O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), incorporou a vacina BCG no calendário nacional de vacinação em 1977, o que tornou obrigatória a administração do imunizante em crianças, juntamente com outras vacinas.

Anualmente o Governo Federal distribui, mensalmente, cerca de 1 milhão de doses da BCG para todo o País, garantindo a proteção da população.

A recomendação do Ministério da Saúde é que a vacina BCG seja administrada em recém-nascidos, podendo ser ofertada para crianças até 4 anos de idade, não vacinadas anteriormente.

Apesar da conquista da vacina, um novo desafio está presente: a queda nas coberturas vacinais. Em 2020, a cobertura vacinal da BCG foi de 73,51%, índice bem inferior comparado aos anos anteriores, quando a cobertura chegou, em média, próximo a 95%, do público-alvo para a vacina.

Atualmente este grupo é formado por aproximadamente 2,8 milhões de recém-nascidos.

O PNI tem como meta vacinar pelo menos 90% do público-alvo com a BCG.

O secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Medeiros, reforça a importância da vacinação e destaca que a BCG, além de proteger contra a tuberculose, também pode reforçar o sistema imune da criança para outras doenças.

“Estudos identificaram que a vacina propicia uma resposta imune nas crianças, fazendo com que elas adquiram uma imunidade ‘treinada’ e mais preparada para enfrentar outras infecções.

Por isso, é tão fundamental a vacinação das crianças logo nos primeiros dias de vida”, destaca Medeiros.

A vacina é disponibilizada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo normalmente administrada na maternidade ou nos postos de saúde logo após o nascimento da criança ou o mais rapidamente possível.

A vacina BCG apresenta uma eficácia elevada, principalmente contra a forma disseminada da tuberculose, com cerca de 78% de proteção.

História da vacina BCG

O imunizante foi desenvolvido pelos pesquisadores Albert Calmette e Camille Guerin a partir de uma bactéria responsável por desencadear mastite tuberculosa bovina, a Mycobacterium bovis.

A primeira aplicação foi realizada em uma criança recém-nascida de mãe que apresentava tuberculose em 1921.

No Brasil, ela começou a ser utilizada em 1927, e desde então tem sido uma importante forma de proteção a contra a tuberculose.

Inicialmente a vacina era administrada de maneira oral, posteriormente foi adotada a aplicação intradérmica.

Saiba mais sobre a tuberculose / Calendário Nacional de Vacinação

O SUS disponibiliza, atualmente, vacinas para mais de 20 tipos de doença. Boa parte é direcionada ao público infantil, como por exemplo, imunizantes contra tuberculose, hepatite B, coqueluche, pneumonia, sarampo, rubéola e poliomielite.

Na adolescência, a frequência de imunização diminui, mas é igualmente fundamental que a caderneta de vacinação seja frequentemente atualizada.

Nessa fase da vida, são recomendadas vacinas como HPV e meningocócica ACWY, e outros imunizantes como a tríplice viral e hepatite B, em adolescentes não vacinados ou com esquema incompleto para essas vacinas.

Os adultos também devem manter atualizados os seus cartões de vacinação. Homens e mulheres devem ficar atentos quanto a vacinação contra difteria, tétano, febre amarela, sarampo e rubéola.

Já os idosos, precisam acompanhar o calendário anual de vacinação contra a gripe (Influenza) e seguir outras recomendações de vacinação, quando houver.

Imunidade garantida

A caderneta de saúde da criança foi criada pelo Ministério da Saúde para registrar o histórico de vacinação dessas crianças, garantindo a imunidade contra todas as doenças preveníveis.

Como a quantidade de doses é muito grande, o calendário de vacinação infantil deve ser sempre acompanhado por um profissional de saúde para que as vacinas sejam administradas na idade correta, e assim garantir a proteção oportuna contra várias doenças.

O secretário Arnaldo Medeiros explica que a atualização da caderneta de vacinação é de extrema importância para saúde da criança.

“Ela será utilizada e requisitada durante toda a vida, inclusive na fase adulta, e por isso, os pais devem se preocupar em seguir corretamente as indicações de imunização, além de manter a caderneta preenchida e de fácil acesso, pois ela é um documento importante e deve estar presente sempre que procurar um serviço de saúde para atendimento”, conclui.

Fonte: Dourados Agora