Depois de 13 anos de espera, a Rússia finalmente integrou o módulo laboratorial multifuncional Nauka à Estação Espacial Internacional (ISS). O módulo, cujo nome é a palavra “Ciência” em russo e búlgaro, foi lançado no último dia 21, chegando à estação hoje (29) em torno de 10h29 (horário de Brasília), se atracando na abertura recentemente aberta após o módulo Pirs deixar a estrutura em definitivo.
O módulo Nauka é uma miniestação completa de testes de laboratório, mas também conta com recursos que ajudarão na integridade de outras missões que envolvam a ISS: a estrutura de 22 toneladas e 13 por 4,3 metros (m) servirá como ponto para fixar as naves Soyuz da Rússia, além de fazer a transferência de propelentes entre as naves não tripuladas Progress e contar com aberturas para atracar módulos auxiliares planejados pela Rússia para expandir sua presença na estação.
“Parabéns, rapazes. Esse não foi um posicionamento fácil”, disse Oleg Novitsky, controlador de voo russo a bordo da ISS e quem coordenou a integração do Nauka, que originalmente deveria ser lançado em 2007, mas negociações burocráticas com a ISS, além de revisões e ajustes técnicos, atrasaram o feito em mais de uma década.
Uma função primária do módulo Nauka dentro da ISS será a de acoplar o Braço Robótico europeu, uma ferramenta de manipulação de mais ou menos 11 metros de comprimento construído pela Agência Espacial Europeia (ESA) como uma espécie de “apêndice” da Estação Espacial Internacional, destinado a servir procedimentos dos cosmonautas russos pelo lado de fora da estrutura.
Quando Novitsky disse que o processo não foi dos mais simples, ele falou sério: desde seu lançamento, o módulo Nauka passou por seis manobras de correção antes de chegar à ISS, executando pequenos “tiros” com seus propulsores a fim de corrigir seu posicionamento em direção à estrutura de acoplagem. Durante esse período, o controle russo aproveitou para testar as capacidades de comunicação e antenas do módulo.
Somente após assegurar que tudo estava dentro dos conformes é que eles permitiram o desligamento e desconexão completos do módulo Pirs, que foi removido e enviado em direção à Terra, onde foi completamente destruído pela sua reentrada em nossa atmosfera no último dia 26.
Fonte: midiamax