O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado pelo IBGE, subiu 0,88% em setembro, 0,11 ponto percentual (p.p.) abaixo do registrado em agosto e menor taxa de 2021.
No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 22,06%, pouco abaixo dos 22,74% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O acumulado de janeiro a setembro ficou em 15,62%. Em setembro de 2020, o índice foi 1,44%.
“A taxa de 0,88% não só é a menor do ano, como mostra uma desaceleração que vem ocorrendo desde julho. Isso ocorre muito em decorrência de uma acomodação dos preços dos materiais, que começaram a ter altas menores.
Mesmo alguns estados que tiveram variações positivas na parcela dos materiais foram em patamares menores do que os registrados em meses anteriores. Todos os segmentos de insumos estão desacelerando.
O segmento de aço, que teve um peso muito grande nos últimos meses, ainda apresenta alta, mas de forma menos impactante.
Mas vale ressaltar que, apesar de ser a menor taxa do ano, ela ainda é muito alta em relação à série histórica”, analisa o gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.
O custo nacional da construção por metro quadrado, que em agosto fechou em R$ 1.463,11, passou em setembro para R$ 1.475,96, sendo R$ 877,35 relativos aos materiais e R$ 598,61 à mão de obra.
A parcela dos materiais apresentou variação de 1,21%, queda de 0,41 p.p. em relação ao mês anterior (1,62%). Considerando o índice de setembro de 2020 (2,55%), a queda foi mais significativa, 1,34 p.p.
Já a mão de obra, com taxa de 0,40%, e três dissídios coletivos observados, apresentou alta de 0,32 p.p. frente ao índice de agosto (0,08%). Comparado a setembro de 2020 (0,20%), houve alta de 0,20 p.p.
“Os três dissídios foram em Goiás, 3,13%, Amazonas, 3,11%, e Rio Grande do Sul, este fruto de um acordo coletivo homologado em julho com percentuais aplicados em meses subsequentes, registrando 1,81% em setembro. Isso acarretou um aumento de 0,40% na parcela da mão de obra”, destaca o gerente do Sinapi.
Os acumulados no ano são 23,51% (materiais) e 5,75% (mão de obra), sendo que em doze meses ficaram em 35,89% (materiais) e 6,25% (mão de obra), respectivamente.
Região Centro Oeste registra maior alta
A Região Centro-Oeste, com alta observada na parcela dos materiais em todos os estados, e acordo coletivo observado em Goiás, ficou com a maior variação regional em setembro, 2,03%.
As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 1,76% (Norte), 0,55% (Nordeste), 0,58% (Sudeste), e 1,15% (Sul).
Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.438,32 (Norte); R$ 1.386,06 (Nordeste); R$ 1.535,22 (Sudeste); R$ 1.565,49 (Sul) e R$ 1.452,91 (Centro-Oeste).
Entre os estados, Goiás foi o que apresentou a maior variação mensal, 3,13%, devido à alta na parcela dos materiais e dissídio coletivo registrado nas categorias profissionais. Outro destaque também foi o Amazonas (3,11%), também sob impacto de reajuste na mão de obra.
Mais sobre o SINAPI
O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e índices da Construção Civil – SINAPI, uma produção conjunta do IBGE e da Caixa Econômica Federal – Caixa, tem por objetivo a produção de séries mensais de custos e dies para o setor habitacional, e de séries mensais de salários medianos de mão de obra e preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.
As estatísticas do SINAPI são fundamentais na programação de investimentos, sobretudo para o setor público.
Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices possibilitam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos.
Fonte: Dourados Agora