Emplacadores reduziram tabela após pressão de Procon e proprietários

O preço das placas Mercosul teve mais um desconto em Campo Grande, após série de reportagens do Correio do Estado  mostrar que o preço praticado na cidade estava muito acima de outras capitais do País. Em relação aos preços apresentados em janeiro, a redução no par de placas chega a R$ 42.  

Em reunião com o Procon no fim de semana, a Íons anunciou que a partir desta segunda-feira (10) cobrará R$ 129 pela unidade e R$ 258 pelo par de identificações. Com isso, a redução em comparação com os valores originais chegou aos 14%.

Há uma semana – no dia 3 de fevereiro -, quando os emplacamentos no padrão novo começaram a ser feitos, a Íons cobrava R$ 150 para motos e R$ 290 para os demais veículos. Com a pressão do órgão de defesa do consumidor, reduziu para R$ 134 a unidade no decorrer da semana passada.

Marcelo Salomão, superintendente do Procon, disse ao Correio do Estado que vai continuar insistindo junto às estampadoras cadastradas até que o preço caia em torno de 30%. “Vou continuar brigando”, disse. Na prática, isso significa que o serviço poderia custar a partir de R$ 85,50 por unidade.

Na sexta-feira (7), a MS Placas disse ao Correio do Estado que estudava dar um bom desconto, mas ainda não anunciou o novo preço. Até o dia 6  de fevereiro a empresa havia emplacado sozinha 450 veículos no padrão Mercosul.  

A GR Placas descontou 9,33% do preço original e passou a cobrar R$ 136 pela unidade. A empresa tinha o serviço mais caro entre as concorrentes para os veículos com mais de duas rodas, que antes chegava a R$ 300 e agora passará a ficar R$ 272.  

Com relação à Placar,  o valor caiu de R$ 290 para R$ 272 o par para carros na unidade de Campo Grande, o que representa uma queda de 8,27%. Nas cidades de Dourados e Três Lagoas, a redução foi de 6,89%, passando de R$ 290 para R$ 270.

INFORMAÇÕES

Vence nesta semana o prazo de dez dias corridos dado pelo Procon às estampadoras para apresentarem um dossiê com toda a composição dos preços, desde o custo das placas “virgens na fábrica”, passando pelas taxas, impostos e custos operacionais, como aluguel, água, luz, funcionários.

O objetivo, segundo Salomão, é verificar se a margem de lucro das empresas está elevada, caracterizando uma cobrança abusiva aos clientes.

Inicialmente o órgão chegou a suspeitar que os empresários combinaram valores parecidos, prática conhecida como cartel. Porém, esse crime foi descartado depois de reuniões individuais entre os donos das credenciadas e Salomão.

Paralelamente, o Procon também enviou ofícios a todos os estados vizinhos de Mato Grosso do Sul – Goiás, São Paulo e Paraná – que já adotaram o novo padrão, pedindo informações semelhantes. Salomão deseja saber por que as chapas são bem mais baratas nesses locais. Os dados ainda não chegaram, mas se ficar provado que as estampadoras estão exagerando elas podem ser multadas.  

Salomão acredita que a concorrência vai favorecer ainda mais o consumidor. Ao verem que as rivais estão reajustando as tabelas, a iniciativa mais lógica é que os proprietários também dêem descontos para evitar a perda de clientes. O Detran analisa a entrada de mais três estampadoras no jogo, o que deve acirrar ainda mais a disputa a favor dos clientes.

Fonte: Correio Do Estado