PIB do Estado vai recuperar o tamanho que tinha antes da crise

Levantamento aponta que Mato Grosso do Sul está entre os 12 estados que devem recuperar neste ano o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) existente em 2014, véspera da crise econômica que atingiu a economia do País. Os dados da empresa Tendências Consultoria Integrada, mostram que os estados com economia baseada na agropecuária exibem os maiores índices de crescimento no período (2015 a 2020): Mato Grosso 12,6%, Roraima 11,6% e Mato Grosso do Sul 8,8%.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, Mato Grosso do Sul é o terceiro Estado com maior capacidade de recuperação do PIB e isso se deve aos fundamentos de nossa economia. “O agronegócio sofreu muito com a crise e tem apresentado uma recuperação exuberante. Colhemos safra recorde de milho ano passado, nesse ano teremos safra recorde de soja. Além disso, cabe destacar a diversificação das atividades com retomada da produção sucroenergética, do eucalipto, e o PIB da agroindústria que também contribuiu muito”, analisou.

Além da agropecuária, o índice positivo de Mato Grosso do Sul se deve a política de desenvolvimento econômico, com o fomento à modernização, uso da ciência e tecnologia e as medidas como as reformas administrativa e previdenciária e a renegociação de contratos e da dívida, apontou a gestão estadual.

Segundo o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) só foi possível superar a dificuldade e continuar a fazer obras importantes para a população durante a crise por conta de medidas duras e impopulares. “Eu enfrentei aqui pautas extremamente duras, mas necessárias. Quem governa tem que ter coragem para enfrentar, mesmo sendo impopulares, para conseguir fazer mais do que apenas pagar o salário do funcionalismo, a despesa previdenciária e o serviço da dívida. Graças as medidas que tomamos conseguimos fazer entregas. O Valor Econômico colocou o estado como quarto em investimento. E o que vale para a população é investimento. É saúde, educação, segurança, infraestrutura”, diz.

Conforme estudo da Semagro, em 2015, quando o Brasil entrou em crise, o PIB de Mato Grosso do Sul teve queda de -0,27% e no ano seguinte -2,63%. A partir de 2017 teve início a recuperação com  crescimento de 4,88%. Para 2018 o índice previsto é de 2,86%, mais 2,23% em 2019 e 3,36% em 2020.

Como o levantamento é uma projeção, o secretário Jaime Verruck lembra que alguns percalços podem produzir resultados frustrantes. “Há uma possibilidade de crise do comércio mundial em decorrência do surto de coronavírus que pode levar a uma retração de consumo pela China. Esse é a ameaça mais visível que pode comprometer a expectativa de crescimento da economia nacional”, observa.

A situação no País não é a mesma, a queda acumulada do PIB foi de 6,9%. Mesmo com previsão de crescer 2,1% em 2020, ainda assim o volume da economia do Brasil estará 1% abaixo do patamar que tinha em 2014, e esse resultado deve-se, sobretudo, aos estados das regiões Sudeste e Nordeste que ainda sofrem o impacto da crise. Com todo crescimento acumulado o PIB do Sudeste deve ficar 2,9% menor que o nível pré-crise e o do Nordeste, -3,9%.

Conforme o Estadão Conteúdo, a região Centro-Oeste foi a que menos sofreu durante a crise econômica, beneficiada pelo câmbio desvalorizado e pelo avanço da agropecuária. Apenas Goiás, que ainda vive crise fiscal, continuará abaixo do nível de crescimento de 2014.

Fonte: Correio Do Estado