Por ONU
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 15 milhões de novos casos de COVID-19 foram relatados em todo o mundo na semana passada – um recorde de toda a pandemia.
No entanto, o número de mortes permanece estável desde outubro, em cerca de quase 50 mil por semana – um patamar considerado muito alto pela agência de saúde da ONU.
O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou que embora da variante Ômicron – que já é dominante no mundo – seja mais branda que as anteriores, ela ainda representa um perigo, principalmente para os não vacinados. “Aprender a conviver com esse vírus não significa que podemos ou devemos aceitar esse número de mortes”, afirmou.
Para ele, o mundo não pode “permitir que esse vírus circule livremente” enquanto um grande número pessoas em todo o mundo permanecem não vacinadas. Até agora, 90 países ainda não atingiram a meta de 40% de suas populações imunização, e 36 desses países vacinaram menos de 10% de suas populações.
Mais de 15 milhões de novos casos de COVID-19 foram relatados em todo o mundo entre os dias 3 e 9 de janeiro, de longe o maior número de casos em uma semana , informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira (12). O número representa uma alta de 55% em relação à semana anterior.
Em entrevista a jornalistas em Genebra, o chefe da agência de saúde da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o “enorme pico” está sendo impulsionado pela variante Ômicron, que está substituindo rapidamente a Delta em quase todos os países.
Apesar do número de casos, as mortes relatadas semanalmente “permaneceram estáveis” desde outubro do ano passado, em uma média de 48.000. O número de pacientes hospitalizados também está aumentando na maioria dos países, mas não no nível observado nas ondas anteriores.
Tedros disse a repórteres que isso possivelmente se deve à gravidade reduzida do Ômicron e à imunidade generalizada da vacinação ou infecção anterior.
Todas as regiões do mundo tiveram aumento da incidência na última semana, menos a África, onde o total de novos casos caiu 11%. O sudeste da Ásia foi a região com o maior aumento de casos positivos de COVID-19, com uma alta de 418%.
Mortes ainda muito altas – Para o chefe da OMS, embora a Ômicron cause doença menos grave que a Delta, continua sendo um vírus perigoso, principalmente para quem não está vacinado.
“Quase 50 mil mortes por semana são 50 mil mortes desnecessárias”, disse Tedros. “Aprender a conviver com esse vírus não significa que podemos ou devemos aceitar esse número de mortes.”
Para ele, o mundo não pode “permitir que esse vírus circule livremente” enquanto tantas pessoas em todo o mundo permanecem não vacinadas. Na África, por exemplo, mais de 85% das pessoas ainda não receberam uma única dose da vacina.
“Não podemos encerrar a fase aguda da pandemia a menos que fechemos essa lacuna”, alertou Tedros.
Progressos – Tedros então listou alguns avanços para atingir a meta de vacinar 70% da população de todos os países até meados deste ano.
Em dezembro, a COVAX embarcou mais que o dobro do número de doses distribuídas em novembro. Nos próximos dias, a iniciativa deve enviar sua bilionésima dose de vacina.
Algumas das restrições de oferta do ano passado também estão começando a diminuir, informou Tedros, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Até agora, 90 países ainda não atingiram a meta de 40%, e 36 desses países vacinaram menos de 10% de suas populações.
Novas vacinas – Tedros também destacou uma declaração provisória do Grupo Consultivo Técnico da OMS sobre Composição de Vacinas de COVID-19, divulgada na terça-feira, enfatizando que são necessárias mais vacinas que tenham um impacto maior na prevenção da infecção.
Até que essas vacinas sejam desenvolvidas, explicaram os especialistas, a composição das vacinas atuais pode precisar ser atualizada.
O Grupo também disse que uma estratégia de vacinação baseada em doses repetidas de reforço é “improvável de ser sustentável”.
Um fardo pesado – De acordo com Tedros, a esmagadora maioria das pessoas internadas em hospitais em todo o mundo não está vacinada.
Ao mesmo tempo, embora as imunizações continuem sendo muito eficazes na prevenção de doenças graves e mortes, elas não previnem totalmente a transmissão.
“Mais transmissão significa mais hospitalizações, mais mortes, mais pessoas afastadas do trabalho, incluindo professores e profissionais de saúde, e maior risco de surgir outra variante ainda mais transmissível e mais mortal que a Ômicron”, explicou Tedros.
O grande número de casos também significa mais pressão sobre os profissionais de saúde já sobrecarregados e exaustos.
Um estudo publicado no ano passado mostrou que mais de um em cada quatro profissionais de saúde experimentou problemas de saúde mental durante a pandemia. Dados de vários países também mostram que muitos consideraram deixar ou deixaram seus empregos.
Mulheres grávidas – Na terça-feira, a OMS organizou um webinar global, com a participação de médicos de todo o mundo, sobre o manejo clínico do vírus durante a gravidez, o parto e o período pós-natal precoce.
Conforme declarado anteriormente na pandemia, as mulheres grávidas não correm maior risco de contrair COVID-19, mas se estiverem infectadas, correm maior risco de doença grave.
“Por isso é vital que as mulheres grávidas de todos os países tenham acesso a vacinas para proteger suas próprias vidas e as de seus bebês”, ressaltou Tedros.
O chefe da agência também pediu que as mulheres grávidas sejam incluídas em ensaios clínicos para novos tratamentos e vacinas.
Ele enfatizou ainda que, felizmente, a transmissão da mãe para o bebê no útero ou durante o parto é muito rara, e nenhum vírus ativo foi identificado no leite materno.
Fonte: Dourados Agora