Suspensão dos concursos públicos pelo governo Jair Bolsonaro tem como objetivo paralisar o Estado e, com isso, forçar o Congresso a aprovar a reforma administrativa. Para este ano, até o momento, não existe previsão de abertura de concursos

Atendimento na Agência da Previdência Social (APS); Jair Bolsonaro durante reunião com o Ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Pedro França/Agência Senado | Isac Nóbrega/PR)

A decisão do governo Jair Bolsonaro em não realizar novos concursos púbicos tem como pano de fundo pressionar o Congresso e o próprio funcionalismo público a aceitarem a reforma administrativa idealizada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A ideia é que o aumento do volume de pedidos de aposentadorias previsto para os próximos anos, o que deverá elevar a sobrecarga de trabalho e as dificuldades de atendimento à população, facilitem a aprovação das medidas que atingem diretamente as carreiras do serviço público. 

“Uma vez que se começa concurso público, e a pessoa entra numa determinada regra, aquilo está praticamente definido pelos próximos 30 anos. Enquanto não aprovar a reforma, não vamos ter espaço para fazer novos concursos”, disse o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, ao jornal O Estado de S. Paulo. Nesta linha, até o momento não existe previsão para a realização de nenhum concurso por parte do governo federal para este ano.

Segundo estimativas do Ministério da Economia, somente neste ano estão previstas cerca de 20 mil aposentadorias. Para 2012 e 2022 estão previstas outras 16,7 mil e 20,8 mil, respectivamente. Ainda conforme o ministério, 21% dos servidores deverão se aposentar até 2024 e outros 42% até 2030.

Com a aprovação da reforma, o ingresso de novos servidores na máquina pública já se daria sob as novas regras. Ainda conforme a reportagem, além do crescimento nos pedidos de aposentadoria, uma outra aposta que deve ser utilizada como forma de pressão pelo atual governo está na ampliação da digitalização dos serviços públicos. 

Fonte: Brasil 247