Por ONU

As 50 organizações da Sala de Situação Sobre Violência Baseada em Gênero, promovida pelo Fundo de População da ONU adotaram em 2021 o lema #CadeODinheiroDasMulheres.

As organizações oriundas do Norte e Nordeste mobilizaram-se no ano passado para defender como pauta prioritária a necessidade de mais investimentos em políticas públicas para o combate às violências. Elas também pediram detalhamento nas estatísticas sobre violência de gênero.

Diversas ações foram promovidas no final do ano para chamar atenção para esta causa como parte dos 21 Dias de Ativismo. Além de mesas redondas, debates, criação de observatórios e interações com o Judiciário, ativistas das organizações prestaram homenagem às vítimas de feminicídio com a plantação e distribuição de girassóis.

Os movimentos em defesa dos direitos das mulheres das regiões Norte e Nordeste mobilizaram-se em 2021 para defender como pauta prioritária a necessidade de mais investimentos em políticas públicas para o combate às violências. 

As 50 organizações da Sala de Situação Sobre Violência Baseada em Gênero, promovida pelo Fundo de População da ONU (UNFPA Brasil), com apoio da Embaixada da Noruega, adotaram como lema a campanha #CadeODinheiroDasMulheres, em defesa de maior transparência orçamentária e do fortalecimento da participação popular na gestão dos recursos públicos.

Elas também apontaram para a ausência de dados públicos sobre violência de gênero como um dos principais desafios enfrentados na pandemia de COVID-19. A análise é resultado de sete meses de diálogos virtuais, entre maio e dezembro de 2021, com representantes de movimentos de mulheres com deficiência, trabalhadoras do sexo, negras, indígenas e LGBTQIA+, dentre outras.

A produção e divulgação de dados públicos foi abordada no encerramento das atividades de 2021, em ações realizadas regionalmente. Entidades defendem maior participação popular e o acesso a estatísticas que permitam identificar, de forma qualificada, quem são as mulheres atingidas pela violência e quais rotas elas percorrem para romper com o contexto de agressões.

Mobilizações – Os movimentos em defesa dos direitos das mulheres do Norte e Nordeste integraram a campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência de Gênero. Entre os dias 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, as organizações promoveram uma série de atividades para chamar atenção para a causa. Em diversos pontos e capitais do Norte e Nordeste, promoveram mesas redondas, debates, cursos, eventos culturais, criação de observatórios e interações com o judiciário.

Além disso, ativistas das organizações prestaram homenagem às vítimas de feminicídio com a plantação e distribuição de girassóis em cidades como Palmas, Teresina e Salvador. No Recife, as organizações se uniram em vigília e caminhada pela Praça do Diário, em memória das vítimas de feminicídio e transfeminicídio.

De Sergipe, o Instituto Social Ágatha promoveu a websérie “Todos Por Elas”, com quatro episódios sobre a violência contra as mulheres e suas interfaces com outras questões de gênero e violações de direitos humanos. Os diálogos reuniram agentes públicos, acadêmicos e membros da sociedade civil, no intuito de “ampliar o debate a abrir espaços e corações para a visibilidade da questão e responder a questões pungentes”.

“Esses 16 dias de ativismo contra a violência são um convite à sociedade civil, aos governos, às iniciativas privadas, para que assumam também essa responsabilidade”, defendeu a oficial de programa para Equidade de Gênero, Raça e Etnia do UNFPA Brasil, Luana Silva, que participou de um dos episódios da websérie. Ela aproveitou a ocasião para divulgar a Plataforma Mulher Segura, iniciativa desenvolvida pelo UNFPA Brasil durante a pandemia para mapear as iniciativas criadas pelos estados brasileiros para enfrentar a violência contra as mulheres.

Primeiro Encontro Nordeste de Prostitutas  – Entre os dias 09 e 10 de dezembro, ocorreu o I Encontro Nordeste de Prostitutas, em João Pessoa, na Paraíba, com o objetivo de fortalecer a articulação e a participação social do movimento de trabalhadoras do sexo na região. O evento foi promovido pela Associação de Prostitutas da Paraíba – APROS-PB, integrante da Sala de Situação de 2020 e 2021. O encontro reuniu lideranças dos estados de Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, além de  parlamentares, representantes do poder executivo e do Ministério Público Federal e profissionais da saúde,  para discutir estratégias de enfrentamento a violência de gênero e de fortalecimento institucional das organizações locais.

Sobre a Sala de Situação Violência Baseada em Gênero – Criada em maio de 2020, a Sala de Situação possui o intuito de criar uma rede de mobilização virtual que hoje reúne cerca de 50 organizações da sociedade civil que trabalham com a temática e também no combate e prevenção à violência de gênero nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Sobre os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência de Gênero – A campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência de Gênero é uma ação global  realizada desde 1991, entre os dias 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil, a mobilização foi ampliada para 21 dias de ativismo em 2021 e começou em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, com o objetivo de fortalecer as lutas antirracistas. O período incluiu ainda o Dia Internacional das Mulheres Defensoras dos Direitos Humanos (29/11), o Dia Mundial de Luta contra a AIDS (01/12) e o Dia Internacional para Pessoas com Deficiência (03/12). A campanha contou com o apoio das Nações Unidas, organizações da sociedade civil, governos e movimentos sociais.

Fonte: Dourados Agora