(Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)
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Ações da Magazine Luiza caem 75% nos últimos doze meses;
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Nos últimos cinco anos, empresa valorizou mais de 35.000%;
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Inflação e concorrência contribuem para cenário pouco favorável.
Depois de desfrutar de ‘tempos dourados’ na Bolsa de Valores – em que valorizou 35.000% em apenas cinco anos – a Magazine Luíza acompanhou suas ações despencarem 75% nos últimos doze meses. Em meio a esse cenário pouco favorável, a pergunta que fica é: por que a ex-queridinha dos investidores agora traz preocupações?
Primeiro, é preciso entender que o período em que a Magalu começou a encarar uma virada no tempo corresponde ao terceiro trimestre de 2021. Na época, a varejista teve alta de 12% nas vendas, mas queda de quase 90% no lucro ajustado (R$ 22,5 milhões).
O cenário macroeconômico, afetado pelo aumento da inflação – que fechou em 10,06% no ano passado –, teve impacto sobre a Magalu, especialmente porque mais da metade de suas vendas vêm de eletrodomésticos e eletrônicos. Com os preços de combustíveis e alimentos lá em cima, os brasileiros passaram a comprar menos esse tipo de item.
“Trata-se de um mercado tipicamente cíclico: quando a economia sofre com crescimento em baixa e juros em alta, as vendas se retraem”, disse a companhia no relatório de desempenho do terceiro trimestre de 2021, ao explicar os resultados mesmo com “a crescente diversificação de categorias”.
Além disso, conforme apontado pela Exame, a concorrência com outras empresas ficou mais acirrada. A Via, que se reorganizou nos últimos anos, já tem uma base de lojas maior do que a Magalu, e a Americanas provou que acertou ao juntar suas operações físicas com seu braço digital – a B2W.
Multinacionais, como o Mercado Livre, Shopee, Alibaba e Amazon também têm ganhado cada vez mais espaço no mercado brasileiro, o que faz com que a Magalu precise se mexer de forma estratégica para manter seu ‘lugar ao sol’.
Varejista pode fechar no prejuízo
Nesta segunda-feira (14), a Magazine Luiza anunciará seus resultados do quarto trimestre de 2021, mas as expectativas não são otimistas: calcula-se que os papéis fecharão em queda e que a empresa apresentará prejuízo.
Frente à ansiedade pelos resultados, a gigante recuava 4,92% por volta das 15h20 de hoje, com cada ação cotada a R$ 5,41.
A divulgação deve ocorrer após às 17h, que é quando o mercado de ações fecha no Brasil.