A greve de professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) segue pelo terceiro dia em Dourados. A categoria aguarda reunião marcada para esta quinta-feira (17), onde será debatido a contraproposta enviada à prefeitura. A paralisação teve início após a classe recusar proposta da administração municipal de reajuste linear de 10,39% para os servidores municipais.
Segundo informações do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados), a decisão de manter o movimento foi tomada na noite desta segunda-feira (14). Vale lembrar que a paralisação foi considerada ilegal pela Justiça de Mato Grosso do Sul.
Representantes dos educadores das 31 escolas e centros de educação infantil de Dourados exigem um reajuste de 33,24%. Na nova proposta apresentada ao prefeito Alan Guedes (PP) para 2022, eles pedem pagamento de 18,8% retroativo a janeiro de 2022, 5,9% em agosto de 2022, 5,9% em dezembro de 2022 e reajuste de 10,39% para os administrativos.
Administração municipal
A proposta da administração municipal, segundo o prefeito Alan Guedes (PP) é extensiva a todos os servidores municipais, sendo que 8% serão pagos a partir de abril de 2022 e 2,39% a partir de dezembro. “Oficializamos a proposta linear para todos os servidores municipais, com reajuste de 10,39% dos salários, ainda dentro de 2022”, afirmou Alan.
O valor apresentado pela gestão foi baseado em estudos, levantamentos fiscais e em consonância com a Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar n° 101/2000, que regulamenta a utilização de recursos públicos, objetivando o controle de gastos, respeitando os limites de despesas e cumprindo metas orçamentárias.
“Temos esse compromisso de austeridade fiscal na gestão do prefeito Alan e mantivemos a proposta dentro do que é viável de acordo com o orçamento público”, ressaltou o secretário de Fazenda, Everson Cordeiro.
Segundo informações divulgadas pela administração municipal, o prefeito também garantiu na tarde de segunda, em reunião com os representantes do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados), o piso nacional aos professores no valor de R$ 3.846,14 para 40 horas trabalhadas semanais.
Decisão
O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Sérgio Fernandes Martins, aceitou o requerimento da Prefeitura Municipal de Dourados que ingressou com um mandado de segurança para impedir que os professores da rede municipal entrassem em greve a partir desta segunda-feira (14).
Isso porque o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados) anunciou, em ofício enviado ao Executivo, que deflagraria greve a partir desta segunda após assembleia realizada no último dia 7 de março. A decisão judicial determina, porém, que o sindicato suspenda imediatamente a greve anunciada, sob pena de multa de R$ 50 mil por dia de descumprimento da medida.
Como fundamento para decisão, o desembargador diz que o sindicato não informa o tempo de duração da greve, assim como sequer menciona qual o percentual de profissionais de educação que permanecerão em atividade com o objetivo de garantir a prestação do serviço essencial de educação no município.
“A realização da greve causará enorme prejuízo aos estudantes do município de Dourados, os quais, devido à pandemia decorrente da Covid-19, já foram privados de aulas presenciais por longo lapso temporal”, diz parte da decisão.
Segundo informações do Simted, os trabalhadores em educação ainda estão discutindo a construção de uma nova proposta que deve ser apresentada na próxima quinta-feira (17) em uma nova rodada de negociação. Entretanto, a entidade quer antecipar essa reunião e irá pleitear essa alteração o mais breve possível.
Informações apuradas pelo Midiamax, mas que até o momento não foram confirmadas pela entidade representativa dos professores, indicam que na contraposta que deverá ser entregue à administração municipal, os educadores pedem 18% para o magistério, de forma imediata e retroativa a janeiro, e 15% em duas parcelas de 7,5% em agosto e 7,5% em dezembro. Além disso, disso será solicitado um reajuste de 10,39% para o administrativo, na data base em abril.