Após desferir quatro golpes de faca contra Eloisa Rodrigues de Oliveira, de 36 anos, na noite de quarta-feira (16), no bairro do Parque do Lageado, em Campo Grande, Fabiano Quirino teria voltado ao local na manhã de quinta (17) para ter certeza de que ela havia morrido, segundo relatos de vizinhos ao Jornal Midiamax.

Segundo vizinhos de Eloisa, Fabiano voltou logo cedo e ficou na esquina da casa a espreita para saber se a vítima tinha morrido. Ainda de acordo com vizinhas dela, Fabiano se dizia pastor e vivia pregando em terminais de ônibus, uma forma de arrecadar dinheiro das pessoas.

Elas ainda contaram que Eloisa era agredida constantemente por Fabiano que acreditava ser traído pela esposa, com quem mantinha um relacionamento há aproximadamente 4 anos. “Todos sabiam que ela era agredida por ele”, disse uma das vizinhas.

Ainda segundo informações das vizinhas, Fabiano tinha uma amante que morava no mesmo bairro e ele também a esfaqueou em 2021. Eloisa tentou por várias vezes se separar de Fabiano e tinha até medida protetiva contra ele. Mas, ele sempre a perseguia para que os dois reatassem o casamento, que era conturbado.

Informações são de que, 15 dias antes do crime, Fabiano quebrou a tornozeleira eletrônica que usava e foi atrás de Eloisa. Nesse dia, ele agrediu o filho do casal.

Filho viu mãe ser morta por padrasto

O filho de 8 anos de Eloisa viu quando a mãe foi assassinada a facadas por Fabiano Quirino dos Santos. Ele contou os fatos para uma amiga da vítima, que revelou ao Jornal Midiamax que o autor perseguia e agredia Eloisa. Segundo a amiga de Eloisa, a criança contou que a mãe havia chegado em casa depois de ir ao médico levar o irmão para um tratamento e que ela estava acompanhada de Fabiano — pai do bebê que havia sido levado ao médico. O casal estava separado. Quando Eloisa estava sentada em uma cadeira mexendo no celular, o autor foi até a cozinha e pegou uma faca.

Na volta, ele teria puxado os cabelos de Eloisa por trás e desferido uma facada em sua barriga dizendo que estava cometendo o crime porque ela o havia traído. Segundo a amiga da vítima, Fabiano era ciumento e não deixava Eloisa em paz, a perseguindo sempre que ela tentava colocar um  fim no casamento. Ainda segundo o relato da amiga, Eloisa era proibida de frequentar a igreja que ela fazia parte. O pastor da igreja da vítima contou à delegada que sabia das agressões que Eloisa sofria. 

Após a morte de Eloisa na Santa Casa, a polícia foi até a casa da vítima onde a faca usada para cometer o crime foi apreendida. O objeto estava dentro de um saco, lavado e danificado. Na residência, estava um pastor da congregação que era frequentada por Eloisa, que revelou aos policiais que sabia das agressões que a vítima sofria do ex-marido.

Os depoimentos foram prestados na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Eloisa chegou a ser socorrida para a Santa Casa na noite de quarta-feira (16), após ser ferida com quatro facadas. Na quinta (17), logo após o meio-dia, ela sofreu uma parada cardíaca e acabou morrendo no hospital. Fabiano está foragido.