O Ministério Público de Mato Grosso do Sul aceitou, nesta sexta-feira (18), o pedido da defesa do acusado de matar o garagista Carlos Reis Medeiros, conhecido como ‘Alma’. O jovem de 19 é um dos seis suspeitos do assassinato, e está preso temporariamente desde o dia 22 de fevereiro, em uma cela da Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada).
Segundo o pedido da defesa, o rapaz está na cela sem as necessidades básicas, como direito ao sol, banho, produtos de higiene, alimentação “ficando em situação degradante, ferindo diretamente o princípio da dignidade da pessoa humana”, declara o pedido.
A outra solicitação é análise da localização telefônica do jovem através do telefone, que também foi apreendido nas investigações. O advogado pede que através do resultado comprove que o acusado não estava no local e hora do crime.
O pedido foi aceito pelo promotor de Justiça Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos. “Embora o requerente não tenha trazido aos autos qualquer documentos comprobatório das alegadas violações que supostamente vem sofrendo, considerando o disposto no artigo 102 da LEP, bem como o disposto no artigo 3º da Lei nº 7960/89, o MPE informa que igualmente não se opõe ao deferimento do pleito, conquanto seja informado previamente pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) a possibilidade de manutenção do requerente, preso temporário, rigorosa e obrigatoriamente separado dos detentos já condenados, conforme preceitua a Lei que regulamenta a prisão temporária”.
Pela busca a verdade do caso, a decisão também não se opõe ao deferimento do pedido de investigação da localização do rapaz através do celular.
Caso
Ao menos 6 pessoas estariam envolvidas no sequestro, cárcere privado, homicídio e ocultação de cadáver de Carlos Reis Medeiro de Jesus, de 52 anos, conhecido como Alma. O crime teria acontecido no dia 30 de novembro de 2021, quando a vítima foi atraída até a oficina do suposto mandante do assassinato. Alma teria sido morto a tiros e esquartejado.
Inquérito policial da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) aponta que Alma atuava com agiotagem e que tinha um ‘parceiro’ para o crime, pai do suspeito de seu assassinato. O homem acabou morrendo em 2020, quando o filho ganhou progressão de regime e teria passado a cobrar o dinheiro de ‘herança’.
Mesmo assim, o acusado ainda teria feito negócios com Alma e estaria devendo para ele, que seguia fazendo as cobranças e ameaças. Naquele dia 30 de novembro, momentos após o vídeo que mostra a última vez em que Alma foi visto, ele teria ido até a oficina do suspeito, em uma emboscada.