‘Sem negociações não conseguiremos dar fim à guerra’, diz Zelensky à CNN

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em um telão ao falar ao vivo durante uma manifestação contra a invasão russa da Ucrânia em frente à sede do Parlamento suíço, em Berna, em 19 de março de 2022 – AFP

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reiterou que está pronto para negociar com seu homólogo russo, Vladimir Putin, enfatizando que sem negociações não será possível acabar com a guerra, em entrevista transmitida neste domingo (20) pela rede de notícias americana CNN.

“Estou pronto para negociar com ele. Estou pronto há dois anos e acredito que sem negociações não conseguiremos dar fim à guerra”, disse ele no programa “Fareed Zakaria GPS”, na quarta semana de combates em território ucraniano.

Zelensky defendeu as várias rodadas de negociações já realizadas entre Kiev e Moscou desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro. Foram de “muito valor”, afirmou. “Se houver apenas 1% de chance de parar esta guerra, devemos aproveitá-la”, enfatizou.

Diante da ofensiva russa para “exterminar” a população local, “devemos usar todos os formatos, todas as possibilidades de negociação, todas as possibilidades de falar com Putin”, declarou o presidente ucraniano.

“Se essas tentativas falharem, isso significaria que se trata de uma terceira guerra mundial”, disse Zelensky, cujo governo estimou as baixas de tropas russas em mais de 14 mil.

A Turquia, que está intensificando os esforços de mediação entre as duas partes, indicou neste domingo que a Rússia e a Ucrânia haviam feito progressos em suas negociações.

No mês passado, em um movimento que alguns analistas dizem ter precipitado o conflito, Putin reconheceu a independência de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, Donetsk e Lugansk, e surgiu um debate sobre se Zelensky poderia ceder essas regiões como forma de acabar com a guerra.

Mas neste domingo, o presidente ucraniano foi desafiador: “Não se pode simplesmente exigir que a Ucrânia reconheça alguns territórios como repúblicas independentes”, afirmou ele à CNN. “Temos que conceber um modelo em que a Ucrânia não perca sua soberania, sua integridade territorial.”



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