A importação de fertilizantes oriundos da Rússia tem sido um problema grave a ser enfrentado pelo governo federal, por meio do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), conduzido pela ministra e deputada federal Tereza Cristina. Mas, para Mato Grosso do Sul, não se trata de um problema tão grave porque — em termos de fertilizantes — a Rússia figura na 5ª posição no ranking de importações para o Estado.

Dados do Observatório Econômico deixam claro essa constatação. Os cinco países mais importantes para Mato Grosso do Sul em termos de importação são: Bolívia, com US$ 1,15 bilhão; China, com US$ 461 milhões; Estados Unidos, com US$ 244 milhões; Chile, com US$ 158 milhões; e Rússia, com US$ 89,9 milhões. “A Bolívia está primeiro lugar por causa do gás, mas os demais países — além da Rússia — também nos vendem fertilizantes. Por esta análise, já é possível perceber o quão será útil toda informação advinda do Boletim do Observatório Econômico”, disse Clauber Aguiar, diretor do órgão.

Os fertilizantes químicos utilizados na agricultura de Mato Grosso do Sul em 2021 representaram 18% de tudo o que foi importado pelo Estado, o que, em cifras, geraram um montante de US$ 469 milhões. A informação mais preocupante é que, em relação a 2020, essas importações de fertilizantes aumentaram em 60,9%. Entretanto, a própria ministra tem peregrinado mundo afora com a finalidade de diminuir a dependência da Rússia. Tereza Cristina já esteve no Irã, que prometeu aumentar as vendas para o Brasil, e depois foi ao Canadá, que fez promessa semelhante. Ao mesmo tempo, a ministra recebeu empresários árabes em visita ao Brasil, que também querem vender mais fertilizantes.