A Vale vai sair de Mato Grosso do Sul. A maior mineradora do mundo anunciou que vai vender as empresas na área de minério de ferro, manganês e toda a área de logística – tudo no município de , município localizado a 426,7 km da Campo Grande. De acordo com nota emitida pela empresa, esse anúncio de desinvestimento faz parte da nova linha estratégica da mineradora, que visa a simplificação do portfólio nos principais negócios e oportunidades de crescimento – pautado na alocação de capital disciplinado.

O anúncio oficial foi feito quinta-feira passada (1º). Em 2009, quando a Vale adquiriu as empresas em Corumbá, foi empregado um capital na ordem de US$ 750 milhões.  A mineradora informou, via “comunicado ao mercado”, que está em discussões avançadas para vender as empresas de minério de ferro, minério de manganês e toda a parte logística que compõem o Sistema Centro-Oeste. Ano passado, as empresas da Vale em Corumbá produziram 2,7 milhões de toneladas de minério de ferro e 200 mil toneladas de manganês. Essa produção proporcionou a entrada de US$ 110 milhões aos cofres da empresa via Ebitda, que é o lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações.

O secretário de Produção, Desenvolvimento Econômico, e Familiar (Semagro), Jaime Verruck, recebeu o comunicado ainda semana passada. “Hoje a Vale emprega praticamente mil pessoas do município de Corumbá. É uma empresa tradicional, importante para o desenvolvimento econômico do Mato Grosso do Sul. Com esta comunicação ao conselho de valores imobiliários e também ao mercado, ela afirma que está fazendo a alienação à venda dessa operação no Estado. Por isso antes de tudo eu quero tranquilizar todos os funcionários, todo o município de Corumbá e a economia do Estado, que vão sentir um impacto significativo com a venda dessa operação. Estamos acompanhando diretamente a negociação”, enfatizou Jaime Verruck.

Logística da Vale em MS também vai no pacote de vendas

A mina Urucum está situada a 22 km de Corumbá e realiza a exploração a céu aberto de minério de ferro. Já a mina de manganês é subterrânea. A mina Santa Cruz tem várias frentes de lavra.  A Vale tem também nessa estrutura o pátio de expedição Pé da Serra, pátio de escoamento e pátio ferroviário Antonio Maria, pátio de expedição Tupacery, Porto Gregório Curvo, Terminal Portuário Granel Química (Ladário) e mina Belga (apenas ativo histórico, que foi iniciada em 1907).

Para Jaime Verruck, os novos compradores das minas vão gerar mais investimentos em Corumbá. Em termos de Brasil, as minas localizadas em Corumbá não são as mais lucrativas para a mineradora. O Sistema Centro-Oeste é o que tem o menor volume em extração de minério de ferro diante das outras unidades. “Acreditamos que com a melhoria da questão logística, com a sinalização da própria concessão e o regime de autorização ferroviária, a perspectiva é de haja um incremento na produção e na exportação, além do envio para o mercado interno”, destacou o secretário exaltando a qualidade tanto do manganês quanto do minério de ferro sul-mato-grossense, detalhou Jaime Verruck. O secretário disse, ainda que as reservas de Corumbá vão durar muitos anos para acabar.