O restrito confinamento pela covid-19 que tem provocado caos em Xangai já é sentido nas redes de abastecimento internacionais. Imagens fornecidas pelo site MarineTraffic – que rastreia as posições ao vivo de navios em águas internacionais – e repercutida na imprensa internacional têm exibido longos congestionamentos de navios no porto da cidade.

De acordo com o South Morning Post, o porto de Xangai funciona com cerca de metade de sua capacidade há um mês devido ao aplicado sob as diretrizes da política central de Pequim de covid-zero. O congestionamento, segundo o jornal, é crescente em meio à falta de serviços de transporte rodoviário e mão de obra.

O site 9News afirma que 10% dos itens que estão sendo enviados pelo mundo atualmente estão presos nos portos da China. As imagens do MarineTraffic mostram que milhares de navios estão fazendo filas no porto de Xangai e arredores, aumentando os temores sobre os impactos financeiros do confinamento imposto à cidade.

Especialistas têm levantado preocupações sobre o impacto do bloqueio de Xangai nas cadeias de suprimentos globais, principalmente em relação a atrasos e aumento de custos, como afirmou a rede SkyNews.

O South China Morning Post explica que os contêineres importados são deixados sem vigilância nos pátios por até 12 dias, em comparação com o prazo de 4 dias e meio em vigor antes do bloqueio. O jornal cita como fonte de sua informação o site Freightos, uma plataforma global de reservas de frete.

O Freightos, citado pelo South, explica ainda que o necessário para os navios que aguardam um cais no Porto de Águas Profundas de Yangshan, ao sul de Xangai, aumentou para dois dias, em vez de 12 horas, tempo estimado até o fim de março.

Segundo o South China, Yangshan e Waigaoqiao, os dois principais portos de contêineres de Xangai, começaram a operar com restrições em 28 de março, quando a cidade passou a ser submetida a um restrito bloqueio de duas fases.

Autoridades chinesas correm contra o tempo para detectar casos de covid-19 e isolar pessoas que tiveram algum tipo de contato com infectados, mantendo uma custosa política de “tolerância zero” contra o vírus.

No bloqueio severo imposto à cidade industrial, milhões de pessoas são proibidas de deixarem suas casas e dependem do governo para receber comida. Sob as medidas, todos que testarem positivo para o vírus, mesmo que não apresentem sintomas, devem ficar em quarentena em instalações centralizadas, onde muitas pessoas se queixaram de más condições.