Por IBGE

A produção industrial avançou em nove dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) em março, quando o índice nacional cresceu 0,3%. Os destaques do mês foram São Paulo (8,4%) e Ceará (3,8%), com as maiores expansões.

Mato Grosso (2,8%), Minas Gerais (2,4%), Rio de Janeiro (2,1%), Região Nordeste (1,8%), Paraná (0,6%), Amazonas (0,3%) e Bahia (0,1%) também tiveram índices positivos. Os dados foram divulgados pelo IBGE.

“A produção nacional teve um crescimento tímido em março, por causa de fatores como a baixa massa de rendimento, a inflação elevada e o encarecimento das matérias-primas, que não permitem o aumento do ritmo.

A principal influência positiva veio de São Paulo, que teve impacto especialmente dos veículos automotores, máquinas e equipamentos e outros produtos químicos. Esse é o resultado mais intenso desde julho de 2020 (10,5%), quando a produção industrial do estado começava a compensar as perdas dos meses mais restritivos da pandemia”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

É o segundo mês consecutivo de expansão de São Paulo, período em que acumulou ganho de 9,1%. Com esse avanço, o estado se encontra 5,8% acima do patamar pré-pandemia, enquanto a produção nacional está 2,1% abaixo.

“Mesmo assim, a produção paulista está 17,4% inferior ao seu patamar mais alto, alcançado em março de 2011”, acrescenta o pesquisador.

Assim como em São Paulo, março é o segundo mês de crescimento da produção industrial do Ceará (3,8%), que acumula 10,0% no período. “Em termos absolutos de taxa, é o segundo maior resultado. E isso se deve aos segmentos de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados e de bebidas”, afirma.

Produção industrial regional (mês/mês anterior)

Já a segunda maior influência positiva para o avanço da produção nacional veio de Minas Gerais (2,4%), que foi impactado pelos segmentos de metalurgia, veículos automotores e máquinas e equipamentos.

Também crescendo pelo segundo mês consecutivo, o estado acumula ganho de 11,1%. No Rio de Janeiro (2,1%), terceira maior influência, os setores que mais influíram sobre o aumento da produção foram o extrativo e o de veículos automotores. “Esse crescimento quase elimina a perda acumulada de 2,2% em janeiro e fevereiro”, diz Almeida.

Na passagem de fevereiro para março, Santa Catarina (-3,8%) foi o local com recuo mais elevado, interrompendo dois meses de alta na produção, quando acumulou expansão de 3,6%.

“Com a queda de março, o estado perde o que tinha acumulado nesse período. Essa perda está relacionada à retração no setor de vestuário, que é muito atuante na indústria catarinense, e também de alimentos e máquinas e equipamentos”, explica o analista.

Já a produção industrial do Pará caiu 3,3% e eliminou parte do avanço de 23,2% registrado em fevereiro. “A queda da produção paraense está relacionada aos setores extrativos e de metalurgia e ocorre por causa do movimento desses segmentos no início do ano.

Em janeiro, houve uma queda muito expressiva em função das chuvas no estado, que impactou a produção e o escoamento do minério de ferro”, avalia Almeida. Outro estado em que a indústria caiu foi o Espírito Santo (-3,0%), que intensificou o recuo do mês anterior (-0,7%).

Produção de nove estados recua no acumulado do ano

No acumulado do ano, houve recuo em nove dos 15 locais pesquisados com destaque para Ceará (-12,8%) e Pará (-12,2%).

No caso do estado nordestino, a pressão da indústria foi exercida principalmente pela queda dos setores de artefatos de couro, artigos para viagem, confecção de artigos do vestuário e acessórios e máquinas, aparelhos e materiais elétricos. Já a produção industrial do Pará foi afetada pela retração das indústrias extrativas e metalurgia.

Frente a março do ano passado, a indústria nacional teve redução de 2,1%, com queda em sete dos 15 locais pesquisados. Santa Catarina (-9,8%), Pará (-7,2%) e Amazonas (-4,1%) foram os locais com maior redução.

Em Santa Catarina, o recuo da produção foi impactado, principalmente, pelo comportamento negativo dos setores de máquinas e equipamentos; máquinas, aparelhos e materiais elétricos e produtos têxteis. O recuo da produção industrial paraense foi afetado por quedas nas indústrias extrativas e metalurgia, enquanto o do Amazonas foi relacionado à retração de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e máquinas e equipamentos.

Mais sobre a pesquisa

PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação.

Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

Fonte: Dourados Agora