Guaranis M’bya organizam a resistência contra reintegração de posse que pretende arrancá-los da terra no Jaraguá para construir prédios da empreiteira Tenda

por Jornalistas Livres

Por Laura Capriglione, Lucas Martins e Fernando Sato | Jornalistas Livres

Ao lado da aldeia do Jaraguá, na zona norte de São Paulo, fica uma das poucas áreas de Mata Atlântica preservada. É no Jaraguá que os indígenas Guaranis M’Bya têm sua terra sagrada, terra de seus ancestrais. Mas é nessa terra que a construtora Tenda, pertencente ao Itaú e ao bilionário Jorge Paulo Lemann, pretende construir um conjunto de apartamentos com vista direta para o pico do Jaraguá. Os guaranis resistem à devastação e estão ocupando a sua terra ancestral, enquanto a PM observa, a postos para reprimir o povo que há 520 foi massacrado pelos bandeirantes.

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Autoridades, parlamentares e representantes dos indígenas Guaranis conversaram com o Coronel Alexander Bento, da Polícia Militar, que comanda a operação da reintegração de posse no terreno no Jaraguá, zona noroeste de SP.

Os indígenas exigem a presença do prefeito Bruno Covas para que saiam do terreno. Os Guaranis não oferecem nenhuma ação violenta. Seguem pacíficos aguardando Bruno Covas. A presença do prefeito traria uma possibilidade de diálogo sobre a importância do debate de demarcação de terras, da preservação e cuidados com o meio ambiente no local.

A palavra dos Guaranis é uma só, se as autoridades cumprem com o pedido, os indígenas saem do terreno. Mas não, sem antes, explicarem ao prefeito os males que podem ocorrer no local com a construção de torres de prédios.

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Veja a resistência logo nas primeiras horas da manhã de hoje (10)

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ATUALIZAÇÃO: 12:40

A Juiza Estadual Maria Cláudia Bedotti já disse aos vereadores presentes que não vai rever a reintegração de posse. Apenas a construtora Tenda pode reverter a reintegração de posse. Os Guarani seguem resistindo em defesa do resto de Mata AtlÂntica que há no terreno entorno do seu território.

Uma comissão de vereadores com Eduardo Suplicy e Gilberto Nataline foram encontrar com o prefeito Bruno Covas que pode intermediar a negociação. Na justiça federal é quem vai dizer o que pode ou não pode fazer. Pela justiça Federal a obra está embragada, e é preciso esperar 40 dias.

Mas os Guarani precisam de mais garantias para sair do terreno onde a construtora Tenda já cometeu crime ambiental. Cerca de 500 árvores nativas já foram cortadas, e vários animais foram mortos.

Os Guarani estão ocupando para garantir a defesa desta natureza, que na verdade pertence a cidade de São Paulo.

Fonte: Jornalistas Livres