Uma investigação policial sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe levou o chefe da Igreja da Unificação do país a confirmar, nesta segunda-feira (11), que a mãe do suspeito do caso é membro da igreja.

Tetsuya Yamagami, um homem de 41 anos desempregado, foi identificado pela polícia como o suspeito que se aproximou de Abe e atirou contra ele durante um discurso de campanha na sexta-feira (8).

Yamagami acreditava que o político promoveu um grupo religioso para o qual sua mãe fez uma “enorme doação”, informou a agência de notícias Kyodo, citando fontes investigativas.

O suspeito disse à polícia que sua mãe faliu posteriormente, informaram o jornal Yomiuri e outros meios de comunicação.

Tomihiro Tanaka, presidente da filial japonesa da Federação das Famílias para a Paz Mundial e Unificação, conhecida como Igreja da Unificação, confirmou a repórteres em Tóquio que a mãe do suspeito era membro da igreja. Ele se recusou a comentar sobre suas doações.

Nem Abe, nem o suposto assassino eram membros, complementou Tanaka. Abe também não era um conselheiro da igreja.

A Igreja da Unificação foi fundada na Coreia do Sul em 1954 por Sun Myung Moon, um autodeclarado messias e anticomunista estridente. A igreja ganhou atenção da mídia global por seus casamentos em massa.

As afiliadas da instituição incluem jornais diários na Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos. Moon dirigiu um império de negócios e fundou o jornal conservador Washington Times.

A Reuters não conseguiu entrar em contato com a mãe de Yamagami e não pôde determinar se ela pertencia a outras organizações religiosas.

Abe, que tinha opiniões conservadoras, apareceu em um evento organizado por uma afiliada à igreja em setembro do ano passado e fez um discurso elogiando o trabalho da afiliada pela paz na península coreana, segundo o site da igreja.

Críticos há anos dizem que a igreja é uma seita e questionam o que eles dizem ser “finanças obscuras”. A igreja rejeita tais pontos de vista e diz que é um movimento religioso legítimo.