O inverno em Dourados chegou acompanhado da florada dos ipês, que estão por todos os cantos da cidade e dão um colorido especial à cidade. De acordo com o estimado em levantamento feito pelo Instituto Municipal de Meio Ambiente (IMAM) como parte do Plano Douradense de Arborização Urbana (PDAU), a cidade concentre cerca de 100 mil ipês, a maioria das espécies roxa, branca, rosa e amarela. Agora, estamos no final de floração da espécie rosa, a mais predominante.
Uma árvore com longo histórico de utilização pelo ser humano, especialmente para fins ornamentais, já que apresenta uma beleza única, é amplamente distribuída pelo Brasil, sendo encontrada abundantemente na Mata Atlântica e em todos os seus biomas, com exceção do Pampa, e também nas cidades, quando é vista em praças públicas, parques, jardins botânicos e ao longo de avenidas Além do grande valor paisagístico, é muito utilizada na recuperação de áreas degradadas, pela sua fácil integração em diversos biomas brasileiros.
Outra utilização relativamente comum do Ipê é a retirada de sua casca interna para a produção de chás, que possuem propriedades medicinais, combatendo inflamações, tendo ação antifúngica, antiviral e antioxidante, além de fortalecer o sistema imunológico. Infelizmente, a espécie é ainda hoje alvo de extrações ilegais, por conta da sua madeira, de alta qualidade e longevidade.
Também apresenta uma relação muito interessante e próxima com as aves em especial, espécies de beija-flor, como o Bico-reto-de-banda-branca, o Beija-flor-preto e o Beija-flor-de-veste-preta, que ajudam na sua polinização. Segundo estudos, é muito apreciado também pelas abelhas. No caso do ipê amarelo na flor listas avermelhadas, na entrada do tubo da corola. Essas listas se chamam Guias de Néctar. Muitas espécies possuem esses guias nas flores que servem para “apontar”, “sinalizar” a presença de néctar na flor e o caminho para encontrá-lo.
De grande porte, atinge até 30 metros de altura quando no meio da floresta. Seu tronco costuma ter por volta de 60-80 cm de espessura e é correspondente a cerca de um terço do seu tamanho, enquanto seus ramos e florações costumam ocupar a maior e mais notória parte, fazendo com que um simples olhar seja um grande espetáculo aos olhos. Suas folhas são compostas, com cinco folíolos que, entre julho e setembro, costumam dar espaço para esplêndidos ramos de flores esperando serem polinizadas por artrópodes e aves. O nome ipê origina-se da língua indígena Tupi, significando “casca dura”. Também é popularmente conhecida por outros nomes, como pau d’arco, por se tratar de uma árvore que, durante muitos anos, foi utilizada por indígenas para a manufatura de arcos.
A admiração pelos ipês em Dourados é tão grande que a cidade tem um parque que recebeu o nome da planta. O “Parque dos Ipês”, construído em dezembro de 1995, tem em sua placa de inauguração a seguinte mensagem: “O Ipê retrata a fertilidade da nossa terra. É uma explosão de cores na época mais seca do ano, anunciando a chegada da Primavera e renovação da natureza. É a árvore símbolo do Brasil”.