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Thiago Brennand é acusado de estuprar uma estudante de medicina em 2021
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A jovem relatou que foi dopada e forçada a praticar sexo anal com o criminoso
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O empresário tem, ao menos, 10 processos movidos na Justiça contra ele
O empresário Thiago Brennand se tornou réu por estupro de uma estudante de medicina e modelo, após a denúncia ser aceita pela Justiça de São Paulo no fim da última semana.
“Em decisão judicial proferida na sexta-feira (16), a Justiça de São Paulo recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra Thiago Antonio Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira, pelos crimes de estupro, registro não autorizado da intimidade sexual e constrangimento ilegal” explicou o Tribunal de Justiça em nota.
Thiago foi acusado de estupro pela estudante e miss São Paulo Stefanie Cohen. A mulher, de 30 anos, disse que foi violentada pelo empresário em 2021.
“Ele me estuprou. Ele forçou a relação anal. Sempre sem preservativo, sem nenhum tipo de preocupação com o que aquilo poderia fazer comigo. A parte que eu mais me lembro foi eu pedindo ‘não’ muitas vezes”, disse ao Fantástico, da TV Globo. “Ele tirou minhas forças, minha dignidade. Tudo naquele momento.”
Stefanie contou que conheceu Thiago nas redes sociais e, após muita insistência do rapaz, que fazia questão de se mostrar “um lorde”, aceitou sair para jantar com ele.
Os dois foram a um restaurante na capital paulista, onde a vítima acredita ter sido “dopada” pelo suspeito. “Fui dopada. Fiquei completamente desorientada, com ânsia de vômito. Acredito que fui uma das vítimas do ‘boa noite, Cinderela’. Eu não tinha controle das minhas pernas, não consegui andar, e ele viu que eu não conseguia andar”, lembrou.
Com a mulher naquele estado, Thiago teria a forçado a ir para um hotel. “Ele foi até mim, me acolheu. ‘Não, vem aqui, vem aqui’. E ele me levou embora para um lugar que até então eu não conhecia. Um hotel. E aí foi a pior noite da minha vida.”
“Eu acordei no dia seguinte, e ele começou a falar mal do meu corpo. Ele falou ‘eu achei que eu estava saindo com a Miss São Paulo, mas está mais para Miss Paraíba’, como se fosse algo degradante”, completou Stefanie.
Outros 10 processos
O nome de Thiago veio à tona após ele cuspir e agredir uma modelo em uma academia de São Paulo, mas o rapaz tem um histórico de delitos e acumula ao menos 10 processos na Justiça.
Nascido e criado em Recife, o homem tem 42 anos e apresenta-se na internet como Thiago Brennand e orgulha-se do sobrenome de uma família tradicional de Pernambuco.
O histórico do empresário, porém, é bem menos nobre. O primeiro caso que se tem registro aconteceu em 2013, durante aula do curso de Direito na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).
Thiago foi classificado como “desrespeitoso e agressivo” após se envolver em confusão com uma aluna, tendo jogado o cabelo dela para frente, atirado seu material para longe e a chamado de “pirralhinha malcriada”. Na ocasião, ele também teria mostrado fotos de armas para colegas, sendo uma delas empunhada por uma criança.
Brennand acusado de tatuar mulheres
O Ministério Público apura novas denúncias contra o empresário Thiago Brennand Fernandes Vieira, acusado de diversos crimes ao longo dos últimos anos. As novas investigações são de estupro.
Dez mulheres procuraram a polícia e denunciaram o suspeito por violência sexual, juntando-se a outras que já haviam feito o mesmo. Duas delas acusam Thiago de obrigá-las a tatuar suas iniciais.
Em entrevista à TV Globo no início do mês, uma mulher já havia acusado o empresário pelo mesmo motivo e chegou a mostrar a tatuagem que ele a obrigou a fazer, com as letras “TFV” e um símbolo utilizado como uma espécie de logo próprio pelo rapaz em suas roupas.
Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, os novos casos de estupro teriam ocorrido entre os dois últimos anos em Porto Feliz, interior paulista, onde Thiago tem residência em um condomínio de luxo.
As vítimas seriam mulheres que o empresário conheceu pelas redes sociais ou pessoalmente e que tiveram algum tipo de contato ou relacionamento com ele.
O advogado Marcio Janjacomo explicou ao g1 que, além das denúncias por estupro, pediu que a Promotoria apure os crimes de cárcere privado, maus-tratos e lesão corporal.