Entenda o desfecho do suspense belga que chegou ao Top 10 da Netflix.
ATENÇÃO: O TEXTO CONTÉM SPOILERS DO FILME O SOM DO CAOS
O Som do Caos, suspense Original Netflix, dominou o Top 10 brasileiro da plataforma logo após sua estreia. Dirigido pelo belga Robin Kerremans, o filme traz o ator Ward Kerremans como o protagonista Matthias, um influenciador digital que acaba de ter um bebê com sua esposa Liv (Sallie Harmsen) e se encontra atormentado pelo próprio passado – e por possíveis forças desconhecidas.
A histórica começa quando o casal decide se mudar para a antiga casa de infância de Matt, levando junto o pequeno Julius. Essa mudança acaba obrigando o influenciador a encarar o passado obscuro de seu pai (Johan Leysen), que agora sofre de demência. Por conta de um acidente de trabalho na fábrica que já pertenceu ao pai, Matt inicia uma investigação para limpar a reputação dele, compartilhando tudo com seus seguidores online.
As motivações são várias: desde uma busca por aprovação paterna, até a oportunidade de alcançar engajamento nas redes. Mas na medida que avança cada vez mais em sua busca por respostas, Matt se depara com uma “caixa de pandora” ainda mais assustadora, com segredos que envolvem sua família e também a si mesmo.
Obcecado e incapaz de lidar com as verdades revisitadas, Matt se encontra mergulhado em paranoia e submetido a supostas visões de pessoas mortas. O personagem passa a se distanciar de sua esposa e criar uma aversão ao filho, demonstrando uma supersensibilidade ao choro do bebê, que quase o leva ao colapso.
Nada sobrenatural?
O suspense, todavia, se mostra como um drama, que trata sobretudo de duas temáticas interessantes: paternidade e saúde mental. As forças desconhecidas que estariam agindo na vida do influenciador, na realidade, são seus traumas de infância, que se relacionam à morte da mãe – que sofria de transtornos mentais severos – e à sua relação com o pai a partir daí.
Tais transtornos também seriam uma herança genética, colocando o discernimento do próprio protagonista em uma posição de vulnerabilidade. Um elemento importante sobre o título, o “som” que se escuta ao longo do filme, do choro do bebê recém-nascido do casal, conecta pontas importantes do filme. É possível observar que a sensibilidade de Matt ao barulho se intensifica na medida que sua obsessão pelo caso cresce.
A mãe de Matt morreu enquanto ele ainda era um bebê, em uma situação traumática para o pai – e consequentemente para o filho também, que acabou recebendo uma criação baseada em culpa pela tragédia. Se esse paralelo é bem amarrado ou não, cabe ao espectador defender: no IMDb, a avaliação dada pelos usuários não passa de 3,6/10.
Além de explorar esse conflito entre pai e filho, O Som do Caos acaba trabalhando com a capacidade que os traumas têm de também se tornarem geracionais, tal como uma doença – ou uma maldição. Agora o AdoroCinema quer saber, o que você achou do filme?
O Som do Caos está disponível na Netflix.