Adaptação de graphic novel best-seller do New York Times, Nimona chega ao streaming em breve.
A venda da 21st Century Fox pela Disney foi um dos momentos mais importantes da indústria de entretenimento dos últimos anos. Pela “bagatela” de US$ 71 bilhões, a Disney se tornou detentora de todas as divisões e subsidiárias da empresa.
Além de franquias conhecidas, como Avatar, Alien, Planeta dos Macacos e Os Simpsons, estúdios e até emissoras foram adquiridas. A Blue Sky Studios, marca conhecida por produzir A Era do Gelo, foi uma das empresas obtidas no processo.
Durante alguns anos, a casa do Mickey Mouse ainda chegou a continuar certos projetos do estúdio, como é o caso da expansão da franquia de Manny, Scrat, Sid e Diego. No entanto, há dois anos, a Disney oficializou o fechamento da Blue Sky Studios. Com isso, alguns projetos em andamento foram cancelados, como é o caso de Nimona.
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Adaptação de uma graphic novel best-seller do New York Times, premiado com um Eisner Award e finalista do National Book Award. Escrita por ND Stevenson, de She-Ha e as Princesas do Poder, a animação acompanha a personagem-título, uma metamorfa sem limites nem papas na língua, cujo maior sonho é ser comparsa de Lorde Ballister Coração-Negro, o maior vilão que já existiu. Mas ela não sabia que seu herói possuía escrúpulos. Menos ainda uma deliberada missão.
Na época, muitos fãs que ficaram entusiasmados com o filme animado se decepcionaram pelo cancelamento, ainda mais pelo fato de que a empresa poderia transferir a produção para outra área do estúdio. A adaptação cinematográfica estava em desenvolvimento desde 2015 e, para a alegria dos fãs, foi salva pela Netflix.
“Nimona sempre foi uma pequena história corajosa que simplesmente não parava. Ela é uma lutadora … mas ela também tem algumas pessoas realmente incríveis lutando por ela”, disse o criador ao confirmar que o longa seria lançado pelo streaming.
Uma das questões que também não permitiram que o projeto fosse para a frente dentro da Disney, segundo ex-funcionários da Blue Sky, era o fato da narrativa ter personagens LGBTQIAP+. Ao Business Insider, eles ainda afirmaram que a empresa desaprovava elementos queer da trama, incluindo um beijo entre pessoas do mesmo sexo.
“Precisamos de mais histórias queer, mas também precisamos chamar a atenção para o quão nefasto é quando você não conta histórias queer”, disse um funcionário ao Insider. “Quando a maior empresa de entretenimento do mundo cria conteúdo para crianças e censura sistematicamente o conteúdo queer, eles estão empurrando as crianças queer para lugares obscuros”.
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A Netflix é conhecida por aprovar inúmeros projetos que dispõem boas e positivas óticas a relacionamentos LGBTQIAP+, seja em séries teen ou até mesmo animações. A própria Disney tem incluído, aos poucos, representações em seus desenhos. No entanto, a velocidade dessa representatividade ainda esbarra em diversos obstáculos.
O primeiro teaser do projeto foi divulgado na manhã de hoje (18). Com pouco mais de um minuto, o registro apresenta a heroína-título como uma metamorfa rebelde pronta para causar muitas confusões “em um reino de conto de fadas”. Apesar das imagens divulgadas anteriormente já anteciparem o estilo de animação, nota-se que os produtores optaram pela união de aspectos 2D e 3D, bem como algumas experimentações mais escrachadas, como pode ser visto nos primeiros segundos da prévia.
Com estreia prevista para 30 de junho, a primeira exibição do filme acontece duas semanas antes, no Festival de Animação de Annecy.