A abertura de vagas de temporárias para as festas de deve ser uma ótima oportunidade para quem procura uma primeira oportunidade ou deseja retornar ao . Contudo, o comércio em Campo Grande enfrenta dificuldades em fazer contratações. 

De acordo com o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e titular da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio), Adelaido Vila, a Capital tem necessidade de trabalhadores, mas existe uma dificuldade de contratação. 

Na visão do secretário, muitos campo-grandenses se afastaram do mercado de trabalho durante a pandemia ou decidiram empreender. 

 

Dados da PNAD-T (Pesquisa por Amostra de Domicílios Trimestral), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que Campo Grande foi a capital brasileira com o menor índice de desocupação no primeiro e segundo trimestre de 2023. Entre abril e junho deste ano, a taxa em Campo Grande foi de 3%.

Secretario da Sidagro e presidente da CDL, Adelaido Vila (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Porém, a expectativa é que milhares de pessoas conquistem um trabalho temporário no fim do ano. A ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) estima que 2,2 mil trabalhadores sejam contratados para reforçar a equipe nas vendas de Natal, o melhor período de compras do varejo. 

“A expectativa é que esse trabalhador volte e os que se destaquem fiquem para o restante do ano”, afirma Adelaido Vila. 

 

Outro ponto destacado é que essas oportunidades possuem regras especiais pela CLT (Consolidação de Leis Trabalhistas), como a permissão para contratação por hora trabalhada. Entretanto, o presidente da CDL explicou que, geralmente, as vagas temporárias em Campo Grande são para contratos de dois a três meses. 

Menor movimento em 2023

Adelaido também explicou que em 2022 houve aumento de compras no comércio devido à uma demanda reprimida da pandemia. Porém, em 2023 já foi notada uma retração na comparação com o ano passado, especialmente no varejo ampliado (bens de consumo duráveis). 

Já no varejo restrito (itens básicos do dia-a-dia) o crescimento tem se mantido. “Isso se reflete no ganho dos comerciantes. De um modo geral há um equilíbrio econômico e a tendência é que tenhamos um bom fim de ano”, analisa. 

 

Migração do comércio para bairros

Contratação temporária (Nathalia Alcântara, Midiamax)

O Midiamax já mostrou em uma série de reportagens a tendência de expansão no comércio nos bairros de Campo Grande, o que se reflete em menos pessoas e dinheiro circulando entre as lojas da região central. 

O secretário pontua que essa tendência não é exclusiva de Campo Grande, mas de todo país. Ele avalia que os centros urbanos precisam ser “repovoados”, ou seja, ter mais pessoas morando e, consequentemente, circulando na região. 

A pandemia mudou as formas de consumo da população, com as pessoas preferindo trabalhar, consumir e se divertir perto de casa. 

“É uma mudança estrutural do varejo mundial. Em Campo Grande, a prefeitura está estudando trazer pessoas para morar no centro porque toda a estrutura que temos fica desabitada a noite e isso é um absurdo. Então, se a gente trazer mais moradias e fazer essa migração, teremos vida de novo no centro assim como está acontecendo nos comércios do bairro”, acredita Adelaido Vila.